ATA DA OCTOGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
21-9-2009.
Aos vinte e um dias do mês de setembro do ano de
dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto
Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas e
Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Juliana Brizola, Luciano
Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Nilo
Santos, Paulinho Ruben Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Lei do Legislativo nº
185/09 (Processo nº 3929/09); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 165/09 (Processo nº 3639/09); pelo Vereador Tarciso Flecha
Negra, os Projetos de Lei do Legislativo nos 089 e 174/09 (Processos
nos 2074 e 3726/09, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 485004, 486124, 492292, 492666 e 495748/09, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, o Senhor Presidente concedeu
a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Salézio Dagostim, Presidente do
Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do Sul – SINDICONTA/RS –, que
discorreu acerca de dificuldades no controle interno das instituições públicas.
Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel,
Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol, Pedro
Ruas, Mauro Pinheiro, Ervino Besson e Toni Proença manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador Airto Ferronato. Às quatorze horas e trinta e nove
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e quarenta minutos, constatada a existência de quórum. Em
continuidade, o Senhor Presidente informou que, em face de Licença para
Tratamento de Saúde do Vereador Mauro Zacher, do dia dezoito ao dia vinte e
cinco de setembro do corrente, o Suplente Luciano Marcantônio foi empossado na
vereança pelo mesmo período, passando a integrar a Comissão de Constituição e
Justiça. Também, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador João Pancinha, solicitando Licença para
Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente
empossado na vereança o Suplente Paulo Marques, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Ainda, constatada
a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo Vereador Paulo Marques, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
assinalar o transcurso do octogésimo primeiro aniversário do Banco do Estado do
Rio Grande do Sul – Banrisul –, nos termos do Requerimento nº 110/09 (Processo
nº 3473/09), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a Mesa: o Vereador
Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores
Fernando Lemos, Urbano Schmitt e Luiz Gonzaga, respectivamente Presidente e
Diretores do Banrisul; o Desembargador Bráulio Marques, representando o Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, e o Senhor Marco Antônio Possa, Gerente
do posto do Banrisul na Câmara Municipal de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÕES, pronunciou-se
o Vereador Paulo Marques, em tempo próprio e em tempo cedido pelo Vereador
Sebastião Melo. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste
Plenário, dos Senhores César Miguel Girardi, Superintendente Regional para a
Grande Porto Alegre do Banrisul; Ronaldo Ximenes, Superintendente Executivo da
Unidade de Infraestrutura do Banrisul; Alberto Dalsoto, Gerente-Geral da
Agência Borges de Medeiros do Banrisul; João Carlos Bernardi, Gerente da Matriz
do Banrisul; Cíntya Bischoff, Gerente de Negócios do Banrisul; Ricardo Zucatti,
Gerente da Agência Cidade Baixa do Banrisul; Maria Lúcia Ferreira,
Superintendente Executiva do Banrisul; Maria Aparecida Vidal, Gerente Executiva
do Banrisul; Gerson Marques, Gerente do Posto do Banrisul no Complexo
Beira-Rio; Cláudio Monroe Masseti, Superintendente Executivo Jurídico do
Banrisul; João Francisco Gaspar da Silva, Presidente do Clube Esportivo
Banrisul; Roni Marques Corrêa, representando a Secretaria Municipal de Gestão e
Acompanhamento Estratégico; e Zilmino Tartari, Diretor Técnico da Companhia de
Processamento de Dados do Município de Porto Alegre – PROCEMPA. Também, a Vereadora
Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando que fosse realizada reunião
da Mesa Diretora com representantes da comunidade da Vila Dique, tendo o Senhor
Presidente informado que tal audiência seria realizada hoje, após a presente
homenagem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se a Vereadora Fernanda Melchionna.
Em prosseguimento, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário,
de alunos e do Professor Ricardo Fortes, do Colégio Israelita de Porto Alegre,
integrantes do Projeto “Ir Ktaná” dessa instituição. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os Vereadores Valter Nagelstein e Ervino Besson, este em tempo cedido pelo Vereador
Tarciso Flecha Negra. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao
Senhor Fernando Lemos, que, em nome do Banrisul, agradeceu a homenagem prestada
pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Também, o Senhor Presidente procedeu à entrega,
ao Senhor Fernando Lemos, de exemplar do livro “Porto Alegre, uma visão de
futuro”. Às quinze horas e vinte minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e três minutos, constatada a
existência de quórum. Em continuidade, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia
de hoje ao dia vinte e três de setembro do corrente. Também, foram apregoados
os seguintes documentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo: Memorando nº
071/09, de autoria do Vereador Adeli Sell, no dia de hoje, na comemoração do
centésimo nonagésimo nono aniversário do Grito de Dolores – Dia da
Independência do México –, às dezenove horas, no Memorial do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre, e Requerimento de autoria do Vereador Mauro Pinheiro, do dia
de amanhã ao dia vinte e quatro de setembro do corrente, na 43ª Convenção
Nacional ABRAS de Redes de Associações de Negócios, no Município de São Paulo –
SP. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se a Vereadora Sofia Cavedon e o Vereador
Toni Proença. Na ocasião, o Senhor Presidente convidou os Senhores Vereadores
para audiência a ser realizada com representantes da comunidade da Vila Dique,
no Salão Nobre Dilamar Valls Machado, conforme solicitado anteriormente pela
Vereadora Sofia Cavedon. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Beto
Moesch. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os Vereadores Adeli Sell e Pedro
Ruas, este em tempo cedido pelo Vereador Airto Ferronato. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciou-se o Vereador Ervino Besson. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela
oposição, pronunciou-se a Vereadora Fernanda Melchionna. Após, o Senhor
Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Coronel Marcelo Cantagalo
dos Santos, Assessor Parlamentar do Comando Militar do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Carlos Todeschini e Paulinho Ruben Berta.
Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO
DIA. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Ervino
Besson, solicitando a retirada do Projeto de Lei do Legislativo nº 185/08 da
priorização para a Ordem do Dia de hoje. Em Votação, foi aprovado o
Requerimento nº 131/09. Em continuidade, foi aprovado Requerimento verbal
formulado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando que o Parecer Conjunto ao
Projeto de Resolução nº 024/09 fosse excluído do rol de matérias a serem
analisadas na reunião conjunta de Comissões Permanentes a ser realizada a
seguir. Às dezesseis horas e quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões
Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e vinte e sete minutos. Às
dezoito horas e vinte e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell, Toni
Proença e Nelcir Tessaro e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do que
eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Passamos à
O Sr.
Salézio Dagostim, representando o Sindicato dos Contadores do Estado do Rio
Grande do Sul - SINDICONTA/RS -, está com a palavra para tratar de assunto
relativo às dificuldades do controle interno das instituições públicas, pelo
tempo regimental de 10 minutos.
(O Ver.
Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. SALÉZIO DAGOSTIM: Sr. Presidente, boa-tarde.
Ao cumprimentar os colegas Airto Ferronato e João Carlos Nedel, cumprimento os
demais Vereadores.
Amanhã, dia 22 de setembro, registraremos 64 anos de criação do curso
de Ciências Contábeis no Brasil. Amanhã, 22 de setembro, é o Dia do Contador, e
uma das coisas que nos preocupa, e muito, é que ainda a nossa sociedade não
sabe, ou tem dificuldade em saber qual é a função do Contador, para que serve o
Contador. E, mais do que nunca, esta preocupação, agora, se faz presente em
virtude do ano da Copa.
O povo gaúcho, o povo brasileiro, precisa ver as suas contas
organizadas e controladas. Não podemos mais pensar num Contador como aquele
profissional que registra, que elabora, que informa; esse profissional existia,
sim, mas antes de 1945, antes da criação do curso de Ciências Contábeis.
Em 1945, o Estado sentiu a necessidade de criar um profissional
preocupado em dar proteção às contas públicas, em dar proteção ao povo, em dar
proteção às pessoas jurídicas, porque toda pessoa jurídica gera emprego e renda
e paga tributos, e essas pessoas, nós temos que proteger. O Contador foi criado
para dar essa proteção. O Contador foi criado não só para analisar todas as
informações que são geradas, mas também, e principalmente, para dar segurança
ao povo, porque é ele que paga tributos.
Senhores, nesses 64 anos que o Contador
existe, ainda temos dificuldades. Vejam que, nas Câmaras de Vereadores, nas
Assembleias Legislativas e no próprio Congresso Nacional, não há um órgão
responsável por fiscalizar os recursos públicos, como se esta Casa, como se a
Casa do Poder Legislativo tivesse, por função única e exclusiva, elaborar leis,
mas não é isso, não, senhores! O Poder Legislativo, além de criar leis, também
fiscaliza a correta execução dos recursos públicos.
Ora, se esse órgão fiscaliza os recursos públicos, eu pergunto: por que só se preocupa com a elaboração das leis? Cadê o órgão de auditoria do Município? Cadê o órgão de auditoria do Estado? Cadê o órgão de auditoria da União, vinculado ao Poder Legislativo? A necessidade e a carência eram tão grandes, que o próprio Poder Executivo Federal teve que criar uma Controladoria para fiscalizar as contas que ela própria gera.
E aí, senhores, onde é que está o Poder Legislativo? Por que o Poder
Legislativo não cria, dentro de sua Casa, um órgão de auditoria para fiscalizar
os recursos do povo? Por quê? Será que o povo não merece essa fiscalização?
Será que o povo não merece saber onde os recursos que ele recolhe através dos
seus impostos são aplicados? Ou nós temos que estar sempre preocupados em fazer
leis bem-elaboradas, deixando, no entanto, o povo desprotegido?
É claro, senhores, que também existe um pouco de responsabilidade por
parte dos Contadores. Existe também uma grande responsabilidade por parte do
nosso órgão de fiscalização profissional. Existe uma grande responsabilidade
por parte dos órgãos de defesa do profissional, que se omitiram. O Estado
disse: toda pessoa jurídica tem que ter um Contador responsável pelas informações
contábeis. Aí, eu pergunto: onde é que está esse controle? Quem é que sabe quem
é o Contador da Câmara Municipal? Quem é que sabe quem é o Contador, enfim, de
qualquer órgão público? Quem é? Com isso, é fácil demitir um Contador e admitir
outro, para que ele faça o que o Executivo manda.
Então, meus amigos, são 64 anos de criação de um curso, e ainda estamos
devendo à sociedade. São 64 anos de criação de um curso, e ainda a sociedade
não se orgulha desse profissional. São 64 anos que precisamos refletir, e
refletir para questionar a sua função; afinal, o povo precisa de alguém que dê
proteção à riqueza nacional; o povo precisa de alguém que dê segurança ao seu
emprego e à sua renda; o povo precisa que nós comecemos a nos preocupar não só
com a elaboração de leis, mas, também, com a fiscalização dos recursos.
Nós ficamos muito felizes quando vimos, na Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, a figura dos nossos Contadores Airto Ferronato e João Carlos Nedel, que
muito bem representam a nossa profissão.
É por isso, Srs. Vereadores, que gostaríamos que refletissem sobre a
função da Câmara, porque não devemos somente nos preocupar em criar leis;
também devemos nos preocupar em fiscalizar as contas públicas. O povo, como eu
disse - e repito - precisa de proteção. E quem dá essa proteção é o nosso
Contador. E é por isso que eu conclamo a todos os contadores gaúchos,
catarinenses, brasileiros: vamos refletir, vamos fazer valer a nossa função,
vamos fazer valer aquilo para que nós servimos; afinal, o povo está esperando
de nós uma posição firme para que ele se sinta protegido e tenha o seu emprego
garantido.
Quero agradecer esta Casa pelo convite para dar esse esclarecimento e
fazer esse registro. Afinal de contas, precisamos muito dos Contadores, e a
sociedade precisa muito deles. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): Convido o Sr. Salézio Dagostim para fazer parte da
Mesa.
O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Em nome do Partido Progressista, do Ver. João Antonio Dib, nosso Líder;
do Ver. Beto Moesch e em meu nome, quero dar as boas-vindas ao Presidente do
meu Sindicato, o Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do Sul - SINDICONTA -, o Sr. Salézio Dagostim.
Sr. Salézio
Dagostim, eu queria agradecer a sua presença, cumprimentá-lo pelo Dia do
Contador, que é festejado amanhã, e dizer que V. Exª veio aqui nos falar da
importância do papel do Contador moderno, que hoje é um parceiro do desenvolvimento
e da transparência das contas públicas.
No momento em
que o País vive com notícias de desvios de recursos públicos, a sociedade vê a
falta que fazem os Contadores nos órgãos de fiscalização do Governo e das
nossas contas públicas - por exemplo, a falta que faz o Contador no Tribunal de
Contas do Estado, no Tribunal de Contas da União e, também, nas agências reguladoras.
V. Exª veio trazer a dificuldade que têm os Contadores de comporem esses órgãos
de fiscalização, nos quais, pelo Decreto Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946,
eles têm prioridade. Seja muito bem-vindo. Meus cumprimentos pelo Dia do
Contador. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento e para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; amigo Salézio, Presidente do
nosso Sindicato; nossos visitantes, em especial os Contadores e as Contadoras
que aqui estão nesta tarde, comemorando os 64 anos da profissão, do primeiro curso que tivemos,
eu quero dizer que sou Contador, conheço bastantes pessoas que aqui estão e
atuo há mais de 35 anos no setor público. Fui Contador público na União e no
Estado, e, lá em 1974, quando assumi a função no Ministério da Fazenda, já se
falava das questões relacionadas à contabilidade pública.
E a história recente do Brasil, as falcatruas e a roubalheira nacional
que têm acontecido com uma frequência extraordinária também são consequências
da falta de controle. O controle é uma função essencial do Contador; é, talvez,
a primeira função. E daí, concordo com o Salézio, o nosso Presidente, quando
diz da necessidade de nós termos contadores em todas as instâncias públicas e,
também, nas privadas. Eu sou funcionário público, e, quando se fala em
corrupção, se fala só no setor público. Só que tem o setor público de um lado e
o privado do outro, e a corrupção e a bandalheira acontecem em ambos os
setores. Claro, é a exceção à regra, eu não vou dizer aqui que é a maioria, mas
também acontece.
Feita essa reflexão, eu gostaria de registrar que, aqui na Câmara, lá
em 1989, quando assumi, fiquei oito anos aqui; saí, voltei, andei sempre pela
Comissão de Finanças, Orçamento e Tributos. Lá, eu era Presidente, e hoje
também sou. Desde 1989, eu andei por este País inteiro - por este País inteiro
-, porque, certa vez, eu andei dizendo algumas coisas, e o pessoal das câmaras
gostou e começou a me convidar para fazer palestras sobre a importância da
Comissão de Finanças, Orçamento e Tributos nas câmaras municipais. Falei sobre
isso no País inteiro; e hoje isso virou regra da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Necessariamente temos uma Comissão de Finanças, e essa Comissão começa
a buscar e a adquirir forças, porque hoje, a cada quatro meses, o Executivo
Municipal vai às câmaras municipais explicar as contas públicas. Foi um grande
passo dado no sentido da preocupação com o controle das contas públicas, só que
há uma deficiência ainda hoje.
Meu caro Presidente Salézio, Porto Alegre dá exemplo ao País e ao mundo
de participação popular para demandar, eu sou amplamente favorável. Então, toda
a vez que temos uma reunião tipo Orçamento Participativo, que é o local onde se
demanda, os cidadãos de Porto Alegre vão. Agora, o cidadão de Porto Alegre não
tem vindo à Comissão de Finanças avaliar e acompanhar a prestação de contas. É
por isto que eu estou aqui e pedi sete minutos: para dizer que estamos aí com
um instrumento de grande avanço em termos de prestações de contas que ainda não
está sendo muito bem utilizado pela população. Agora, eu vou conclamar uma
coisa: a população deve vir, mas, em primeiríssimo lugar, a participação dos
Contadores é fundamental, porque isso seria uma grande contribuição que se
daria e que se dá ao Poder Público no processo de fiscalização. Prometo que, na
próxima reunião da Comissão que houver, farei o convite ao Presidente Salézio.
Feito isso, temos mais uma questão: aqui em Porto Alegre, a Câmara Municipal
recentemente aprovou a Controladoria do Município para o Executivo. Temos lá
ainda algumas pendências, eu não concordei com tudo o que está aí, mas foi um
avanço. Nós estamos tratando - e já tivemos uma reunião com o Presidente, Ver.
Sebastião Melo, para falarmos disso - da Controladoria para a Câmara Municipal,
porque a Câmara de Porto Alegre, talvez a única por aí, tem uma contabilidade
própria, com Contador, Chefe da Contabilidade e que estão pleiteando - e nós
estamos juntos nesse pleito - transformá-lo também em Controladoria da Câmara
Municipal de Porto Alegre. Se fizermos isto, vamos dar exemplo ao País, ou
seja, o Executivo cuidando das contas do Executivo, e a Câmara Municipal
cuidando das contas da Câmara Municipal, mas só isso não basta, porque a Câmara
Municipal também tem o poder de fiscalização, e hoje essa fiscalização é
executada pelos 36 Vereadores, mas capitaneados pela CEFOR - e quero registrar
a presença dos Vereadores João Dib, João Carlos Nedel, Mauro Pinheiro e Elias
Vidal. Acontece que essa Comissão de Finanças é o grande embrião da fiscalização,
pelo porto-alegrense, das contas do Executivo, a partir do momento em que essa
prestação de contas é trazida para cá - e já está - e é acompanhada por todos
nós.
Parabéns ao meu Presidente Salézio, ao nosso Sindicato e a todos nós
que aqui estamos na nossa empreitada de Contadores públicos e privados. Um
abraço a vocês. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, eu falo em nome
da Bancada do PMDB. Nossos cumprimentos ao Dr. Salézio e também a todos os
Contadores. Esta Casa é a Casa do Povo, está aberta tanto para visita quanto
para trabalho. Eu gostaria de dizer que, da última vez que recebemos uma visita
de Contadores nesta Casa - ao menos eu recebi no meu gabinete -, foi exatamente
quando nós votamos a Controladoria do Município, quando os contadores
reivindicavam assento nessa Controladoria. Coincidentemente, naquela semana,
nós votamos um Projeto do Executivo, da Fazenda Municipal, que impunha alguns
regramentos aos prestadores de serviços. E qual não foi a minha surpresa ao ver
que só estava aqui - e o Ver. Adeli estava nessa luta democrática, nós
estávamos tentando segurar um pouco a agressividade da proposta do Executivo -,
dando suporte aos Vereadores, o Presidente do Sindicato da Habitação, do
Secovi/Agademi, Dr. Moacyr Schukster. Sentimos muita falta, naquele momento, da
participação dos Contadores.
Então, fica aqui também o nosso desabafo, como V. Exª fez. E a Bancada
do PMDB gostaria de externar que, para nós, a Casa tem Contador - uma das
Contadoras, inclusive, é a Drª Marta -, e eu gostaria que nós pudéssemos,
através da Presidência, enviar ao Conselho uma relação dos nossos Contadores.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nelcir Tessaro está
com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Presidente do Sindicato dos
Contadores do Estado do Rio Grande do Sul, Salézio Dagostim. É um prazer tê-lo
aqui. Quero dizer da importância do Contador, que, na maioria das vezes, não é
divulgada ou reconhecida e que, com aquelas exigências das próprias empresas,
eles ficam em segundo plano, principalmente no Poder Público.
Tive o prazer, lá em 1974, juntamente com o nosso amigo Ver. Airto Ferronato,
de começar o curso de Ciências Contábeis, na época, e, em 1976, passei para o
curso de Administração, mas vejo tanto a Administração quanto Ciências
Contábeis dentro das empresas: muitas vezes fica um técnico fazendo o serviço,
e busca-se o Contador apenas para assinar, e não é dado a ele o valor que
merece; o valor da transparência de uma empresa do setor público - onde é muito
importante haver um contador qualificado -, porque, em todos os setores, em
todos os órgãos, desde o Tribunal de Contas à Câmara Municipal, seja a
Assembleia, o Executivo, em todas as suas Secretarias, isso é muito importante.
O Departamento Municipal de Habitação sempre fez questão de ter Contadores.
Hoje há uma grande briga no sentido de que as autarquias do Município
participem da Controladoria, da Contadoria do Município, e eu penso que os
Contadores das autarquias também devem fazer parte dessa Controladoria.
Quero cumprimentá-lo, em nome da Bancada do PTB, dos Vereadores Nilo
Santos, Alceu Brasinha, Dj Cassiá, em nome do Ver. Marcello Chiodo e em meu
nome, e cumprimentar também todos os Contadores pela data de 22 de setembro,
amanhã. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Ver. Adeli
Sell; Sr. Presidente do Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do
Sul, Salézio Dagostim, quero, neste curto espaço de tempo que, regimentalmente,
posso ocupar neste momento, me integrar por inteiro à manifestação do Ver.
Airto Ferronato, que é um técnico no assunto e que, efetivamente,
balizou o pronunciamento.
É lógico que a intervenção do Ver.
Bernardino Vendruscolo foi muito oportuna não só para salientar que a Casa tem,
em seu Quadro, Contadores que são devidamente prestigiados; inclusive a Drª
Marta é Diretora da Casa, em Cargo em Comissão, porque goza da confiança da
Mesa Diretora da Casa. Aliás, os Contadores, nesta Casa, são muito bem
representados na figura do Ver. Nedel - nosso companheiro de trabalho há mais
tempo, Contador, de profissão, e que hoje, inclusive, se rejubila com a
presença de V. Sª conosco e com os seus demais colegas aqui presentes.
A nós cabe, nesta hora, além de consolidar
essas posições, dizer da nossa alegria pessoal em recebê-lo aqui. V. Sª sabe
muito bem da nossa vinculação pessoal, por relações de amizade, com o seu
Sindicato, que é um sindicato de longa atuação na vida social e comunitária do
Rio Grande do Sul, e que, o tendo na presidência, consolida ainda mais a sua
atividade e o seu trabalho, mercê da sua liderança. Registro o meu abraço, os
meus parabéns, a minha solidariedade à categoria e reitero a abertura, por inteiro,
das portas da Casa, como sempre estiveram, aos Contadores do Rio Grande do Sul.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO RUAS:
Em nome do PSOL, Ver. Adeli, nosso ilustre Presidente na Sessão de hoje, eu
quero cumprimentar o Dr. Salézio Dagostim, Presidente do Sindicato dos
Contadores, e, em meu nome, em nome da Verª Fernanda Melchionna e da nossa
Bancada, quero registrar que o dia 22 de setembro é uma data, sim, importante e
significativa. Nós entendemos que a função do Contador é imprescindível à
transparência, e esse é o critério pelo qual nós todos nos dispomos a, no dia de
amanhã - o Dia do Contador -, fazer uma reflexão sobre a importância dessa
atividade, sobre a importância desse profissional seja no setor público - e aí
disse bem o Ver. Airto Ferronato, Líder do PSB -, seja no setor privado, porque
é através do trabalho do Contador, é através da sua atividade, do seu talento,
da sua formação específica, licenciada, que a transparência pode ou não
aparecer; pode ou não ser efetivamente transparência, e, quando isso diz
respeito, Dr. Salézio, a contas públicas, é do nosso total interesse e
responsabilidade.
Por isso cumprimento o senhor, cumprimento a
categoria profissional que o senhor representa. E o PSOL, pode ter certeza,
valoriza muito, muito mesmo, a atividade que o senhor e os seus pares exercem.
Parabéns. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sr. Salézio Dagostim, Presidente do Sindicato dos
Contadores do Rio Grande do Sul, falo em nome do Partido dos Trabalhadores, dos
Vereadores Adeli Sell, Comassetto, Todeschini, Sofia Cavedon, Maria Celeste e
em meu nome.
Eu quero dizer o quanto é importante a
categoria dos Contadores por experiência própria, por ser um pequeno empresário
e ter um pequeno negócio e, muitas vezes, ter o Contador como um conselheiro no
sentido de nos indicar o caminho a ser tomado dentro dos nossos negócios. O
Contador é, então, de suma importância para a empresa privada ou para o serviço
público, pela sua transparência, pela sua dignidade e pela forma como podem
atuar e nos orientar. Então, nós parabenizamos pelo dia de amanhã, dia 22 de
setembro, todos os Contadores pelo excelente trabalho que prestam às empresas e
ao setor público. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente Adeli, caros colegas Vereadores, Vereadoras, Sr. Salézio Dagostim,
que é o Presidente do Sindicato dos Contadores, em meu nome e da Bancada do PDT
- do Ver. Luciano Marcantônio, do Ver. Tarciso, da Verª Juliana e do Ver. Dr.
Thiago -, queremos saudar a sua visita no dia de hoje.
Eu tenho uma caminhada nessa área, parei no
meio do caminho; alguns seguiram como o nosso querido colega Airto Ferronato.
Vejo a estrutura do Contador como uma estrutura familiar: o pai e a mãe são os
que têm a responsabilidade pela estrutura de uma família, e vejo o Contador
como um verdadeiro alicerce vivo para uma empresa pequena, média e grande; a
vida está na mão do Contador pelo seu conhecimento - conforme o Mauro também
falou -, instruindo os nossos comerciantes.
Então, eu tenho um carinho muito especial
pela profissão de Contador, e acho que todos nós devemos ter, porque quem
conhece sabe o que representa a profissão de Contador, que é, sinceramente, a
vida das nossas empresas. Portanto, meu caro Salézio, receba o nosso abraço e
transmita-o a essa grande equipe que é formada pelos nossos Contadores.
Temos, aqui na Casa - e o Presidente
Sebastião Melo a tem destacado muito -, a Drª Marta, que é Contadora, a pessoa
que tem a responsabilidade de cuidar das contas da Casa; ela é destacada não só
pelo Presidente Sebastião Melo, como também por outros presidentes que passaram
por esta Casa, que é a Câmara Municipal, a Casa do Povo.
Portanto, meu caro Salézio, mais uma vez,
receba o nosso abraço, a nossa admiração, o nosso carinho. Eu queria
parabenizar o Ver. Airto Ferronato por tê-lo trazido aqui, hoje, para ouvirmos
o seu relato. Um abraço fraterno.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero
cumprimentar o Sr. Salézio Dagostim, Presidente do Sindicato dos Contadores do
Rio Grande do Sul - o SINDICONTA/RS -, e, na pessoa do Salézio, cumprimentar
todos os Contadores do Rio Grande do Sul - em especial os de Porto Alegre -,
que, amanhã, têm a sua data comemorativa, 22 de setembro.
Vejo, pelo discurso do Salézio, que essa
profissão completa, amanhã, 64 anos de existência. Fiquei muito satisfeito em
ver que algumas das suas inquietações com relação à Câmara de Vereadores foram
respondidas pelo Ver. Airto Ferronato, que é quem lidera, nesta Casa, a posição
de podermos criar a Controladoria na Câmara Municipal, transformando o nosso
Departamento de Contabilidade, que hoje é uma Chefia, um setor da Casa, em uma
Controladoria. E acredito que a CEFOR - Comissão de Finanças e Orçamento - é o
fórum adequado para procedermos ao debate das contas públicas na fiscalização
do Poder Executivo.
Portanto, quanto à Câmara Municipal de Porto
Alegre, as suas preocupações e as suas inquietações justas estão atendidas.
Cumprimento, mais uma vez, toda a categoria, e dou os parabéns pela iniciativa.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): Estamos, assim, encerrando a Tribuna Popular,
agradecendo ao Presidente do Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande
do Sul - SINDICONTA/RS -, Sr. Salézio Dagostim, que veio nos colocar as dificuldades
do controle interno das instituições públicas, como já foi feito pela maioria
dos Vereadores aqui.
Nós queremos, mais uma vez, cumprimentá-lo
pelo Dia do Contador, que será comemorado amanhã, e dizer do empenho desta
Câmara na defesa da instituição do serviço público e das profissões.
Suspendo os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h39min.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo - 14h40min): Estão reabertos os
trabalhos da presente Sessão.
Agradeço o Ver. Adeli Sell pela condução dos
trabalhos. Dou conhecimento do Termo de Posse do Ver. Luciano Marcantônio, no
lugar do Ver. Mauro Zacher, ocorrido na presidência da Casa, na sexta-feira
passada.
O Ver. João Pancinha
solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara empossado
o Suplente Ver. Paulo Marques, nos termos regimentais, que integrará a Comissão
de Urbanização, Transporte e Habitação.
Seja bem-vindo, Vereador,
à nossa Câmara.
O SR. PAULO
MARQUES: Eu requeiro a inversão da ordem dos trabalhos para
que possamos, imediatamente, passar ao Período de Comunicações, que se
destinará a homenagear o aniversário do Banrisul.
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. Paulo Marques. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 81º
aniversário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento
nº 110/09, de autoria da Mesa Diretora - Processo nº 3473/09.
Convido para compor a Mesa o Sr. Fernando Lemos, Presidente do Banco do
Estado do Rio Grande do Sul - Banrisul -; o Sr. Bráulio Marques, Desembargador
do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Sr. Urbano Schmitt,
Diretor de Crédito do Banco do Estado do Rio Grande do Sul; o Sr. Marco Antônio
Possa, Gerente do posto do Banrisul da Câmara de Vereadores de Porto Alegre; e
o Sr. Luiz Gonzaga, Diretor Administrativo.
O Ver. Paulo Marques, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Comunicações, e por cedência do Ver. Sebastião Melo.
O SR. PAULO MARQUES: Saúdo o Presidente da Mesa
Diretora e, ao fazê-lo, saúdo os meus Pares presentes neste Plenário; o
Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Fernando Lemos; o Diretor
do Banrisul, Urbano Schmitt e todos os “banrisulenses” presentes neste
Plenário.
Subimos a esta tribuna com a finalidade de lembrarmos os 81 anos do Banrisul,
o banco da vida dos gaúchos. O Banrisul teve o seu marco de geração no ano de
1927 - no primeiro Congresso de Criadores, fazendeiros que, por necessário, à
época, haja vista a quebra do Banco Pelotense, reivindicavam a fundação de uma
casa bancária -, sendo fundado em 1928; em 1929 contava com 24 agências em todo
o Estado e já entrava a primeira grande crise econômico-financeira mundial.
À época, o Banrisul ainda era chamado de Banco do Rio Grande do Sul -
BRGS -, autorizado a existir pelo então Presidente da República, Sr. Washington
Luiz; e, no Governo do Estado, pelo Sr. Getúlio Vargas. A inclusão da palavra
“Estado” na razão social ocorreu somente em 1960, quando a sigla passou a
denominar-se BERGS. Em 1961, adotou-se, então, a atual sigla Banrisul.
Através do tempo, o Banrisul vem estabelecendo parcerias com empresas e
pessoas físicas que tiveram, nessa instituição, o sustentáculo para que as suas
energias idealizadoras se tornassem realidade. Ao fatiarmos a história em
décadas, poderemos dizer que a década de 20 foi o começo; a de 30, a expansão;
a de 40, a consolidação; a de 50, o jubileu de prata; a de 60, o edifício-sede;
a de 70, a modernização; a de 80, a informatização; a de 90, o fomento à
cultura e à ecologia; de 2000 a 2004, a promoção e o desenvolvimento, mas, de
2005 a 2009, o Banrisul ultrapassa fronteiras, estabelece uma mudança de
gestão, ajuda o Estado na crise econômica e garante a sua posição entre as dez
maiores instituições comerciais do País, um grupo que reúne gigantes como
Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander, HSBC, além do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal. Neste momento, cabe uma referência à atual Direção do
Banrisul, destacando-se a pessoa do Presidente Fernando Lemos, que, no comando
do Banco desde 2003, liderou o processo de mudança de gestão cujos resultados
desafiam a imagem de que banco público é problema. O Banrisul manteve o foco na
economia gaúcha, estratégia essa que garantiu um crescimento superior a 362,2%
do patrimônio líquido e de quase 150% de seus ativos, conforme dados do Caderno
de Economia do jornal Zero Hora. Como bancos são números, citaremos alguns:
está entre os dez únicos bancos públicos do sistema financeiro nacional; é o
segundo maior grupo econômico do Rio Grande do Sul; é considerado o banco mais
seguro em operações via Internet, no Brasil; é uma das empresas mais lembradas
pelo povo gaúcho; é detentor do maior cartão de compras de fidelidade do País,
o Banricompras, com mais de 66 mil agentes de comercialização; o seu percentual
de crescimento está acima da média do sistema financeiro, 19,7% em relação ao
1º semestre de 2008; é, também, exemplo de eficiência entre os bancos públicos
brasileiros, utilizando-se do que mais moderno existe em termos tecnológicos da
informação.
Atualmente, cerca de 70% da população gaúcha que utiliza serviços bancários
usa os serviços do Banrisul. São mais de três milhões de clientes, equivalendo
a 1/3 da população. Dos 496 Municípios do Estado, o Banrisul se faz presente em
80%, além de possuir dezenas de agências instaladas pelo País.
O Banco está tão fortemente vinculado aos gaúchos, a ponto de estabelecer
uma parceria, patrocinando as duas maiores paixões do povo gaúcho: o Colorado,
do meu filho Paulo André, e o Grêmio, do meu amigo Ver. Brasinha.
Cabe lembrar que, graças à forte atuação dos bancos públicos, a atual
crise econômica teve aqui um impacto muito menor do que nos demais países, e o
Banrisul cumpriu o papel de socorro à economia gaúcha, fortemente vinculada ao
setor agroindustrial exportador.
No atual cenário brasileiro, o sistema público bancário demonstra sua importância
através de uma média histórica de 34% para 40% nas fontes de crédito - fontes
do Bacen.
Nos últimos
12 meses, a participação das instituições públicas na área da habitação cresceu
de 71% para 72% no conjunto do setor; no crédito rural, de 55% para 60,5%; no
industrial, de 41,3% para 42,3%; no comércio, de 24% para 27%, e, no
financiamento de pessoas físicas, a participação do sistema público cresceu de
17,2% para 18,9%.
Isso tudo é para mostrar a importância do papel da instituição pública
na economia brasileira e, de forma inquestionável, na vida das pessoas.
Assim sendo, contrariamente à especulação de alguns, os números comprovam
que é possível um banco público gerar muito lucro, desenvolver papel social,
ser considerado, respeitado e valorizado no mercado financeiro.
Lembramos também que o Banrisul trata-se de um banco extremamente politizado.
Do seu quadro funcional, já saíram muitas lideranças como o ex-Governador
Olívio Dutra e a Vereadora desta Casa, Fernanda Melchionna. Muitas lideranças,
referências na luta da classe, saíram do Banrisul para compor o Sindicato dos
Bancários do Rio Grande do Sul, um dos mais fortes do País, além de oferecer
técnicos para compor altos escalões do Governo do Estado e da Prefeitura
Municipal.
Enfim, boa administração, funcionários qualificados e o amor pela sua
terra é que fazem a receita dessa potência incontestável, que é o Banrisul,
instituição de grande credibilidade que está no dia a dia do povo do Rio
Grande.
Parabéns a todos que dão ao Banrisul o tamanho que ele tem como instituição
financeira e como parceiro no desenvolvimento das ações do Rio Grande. Viva o
Banrisul! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, prestigiam
este ato o Sr. César Miguel Girardi, Superintendente Regional do Banrisul
Grande Porto Alegre; o Sr. Ronaldo Ximenes, Superintendente Executivo - Unidade
de Infraestrutura; o Sr. Alberto Dalsoto, Gerente-Geral da Agência Borges de
Medeiros; o Sr. João Carlos Bernardi, Gerente da Matriz do Banrisul; a Srª
Cíntya Bischoff, Gerente de Negócios; o Sr. Ricardo Zucatti, Gerente da Agência
Cidade Baixa; a Srª Maria Lúcia Ferreira, Superintendente Executiva; a Srª
Maria Aparecida Vidal, Gerente Executiva; o Sr. Gerson Marques, Gerente do
Posto do Sport Club Internacional; o Sr. Cláudio Monroe Masseti,
Superintendente Executivo Jurídico; o Sr. João Francisco Gaspar da Silva, Presidente
do Clube Esportivo Banrisul; o Sr. Roni Marques Corrêa, representante da Secretaria
Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégico; o Sr. Zilmino Tartari,
Diretor Técnico da PROCEMPA e também do nosso Banrisul.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, eu gostaria
de parabenizar o nosso Banco, o meu banco e nosso, dos gaúchos, querendo sempre
mais forte e mais presente.
Sr.
Presidente, nós estamos aqui com uma comitiva da Vila Dique. V. Exª e vários
Vereadores realizaram uma audiência pública, e eles estão solicitando que o
senhor os receba e as Lideranças que assim quiserem, porque eles estão
esperando o retorno daquela Audiência realizada há dois meses. Eu peço que V.
Exª reserve um momento, nesta tarde, para recebê-los. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Verª Sofia, logo após o
término deste período de homenagem ao Banrisul, eu recebo V. Exª junto com os
moradores. Peço à assessoria que já conduza os nossos visitantes à sala da
Presidência da Casa, que logo vamos recebê-los.
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver.
Sebastião Melo; Srs. Diretores; Gerentes do Banrisul; representantes da Vila
Dique; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu gostaria, em primeiro
lugar, de saudar a iniciativa do Ver. Paulo Marques desta homenagem necessária,
importante, que mostra o comprometimento também desse Vereador com o nosso
Banco. Eu tenho orgulho de ser bancária, de participar dos quadros daqueles que
constroem - ou construíram, no meu caso, porque estou licenciada - a riqueza do
Banrisul, um banco público.
Eu queria, neste momento de homenagem, parabenizando o Ver. Paulo
Marques, que fez uma retrospectiva histórica sobre a trajetória do nosso Banco,
aqui no Estado, trazer uma reflexão que, para nós, é fundamental sobre quem são
aqueles que constroem a grandeza e a riqueza do Banrisul. Foram justamente os
trabalhadores e as trabalhadoras concursadas, muitos estagiários, é verdade, os
caixas, os operadores de negócios, os trabalhadores da plataforma, os
atendentes, que, ao longo dos anos, construíram, com o suor do seu trabalho,
com a sua garra, com a sua dedicação, um banco com as cifras que o Vereador nos
trouxe e trouxe para prestigiar essa instituição aqui no plenário.
Neste ano de 2009, faz 30 anos a greve dos bancários, greve histórica,
Ver. Paulo Marques, que teve, na sua linha de frente, o ex-Governador Olívio
Dutra e o Felipão, greve que entrou para a história do Brasil e do Rio Grande,
em que a participação dos trabalhadores do Banrisul foi determinante para a
conquista de direitos que se obteve naquele momento e, sobretudo, uma greve que
ousou desafiar a ditadura militar, uma greve que colocou os problemas da classe
dos bancários num momento em que não era permitido falar, em 1979, quando as
greves não eram respeitadas nem permitidas, e, mesmo diante desse cenário
repressor, autoritário da ditadura, os bancários deram uma aula de cidadania e
obtiveram conquistas, mesmo a duras penas, porque houve prisões, como bem
lembrou o Vereador, inclusive a de Olívio Dutra, que virou Governador do nosso
Estado e, depois, Ministro da República.
E neste momento em que estamos relembrando a história dos bancários,
nós temos que refletir que muitas coisas mudaram para eles de 1979 a 2009. A
reestruturação produtiva caiu em cheio sobre a categoria, as substituições dos
homens por máquina também caiu em cheio na categoria, que reduziu o seu quadro
enormemente, e o salário ficou com quase 100% de defasagem, Vereador, nos anos
neoliberais de Fernando Henrique Cardoso, para todos os bancos e também para os
bancários do Banrisul, além do assédio moral pelas metas, pela venda dos
serviços, a lógica neoliberal imposta aos bancos, inclusive aos bancos públicos
como o Banco do Brasil e o Banrisul.
E agora, quando nós refletimos sobre a situação dos bancários e sobre a
nossa experiência de já militar ou atuar na democracia, a nossa geração, com
exceção de alguns Vereadores aqui, que passaram pela luta contra a ditadura -
Ver. Carlos Todeschini, Ver Pedro Ruas, dentre tantos outros -, em plena
sociedade democrática, em que as pessoas têm direito de votar e de ser votadas,
ainda presenciamos cenas lamentáveis de desrespeito à autonomia e ao direito de
greve dos trabalhadores.
E quero relembrar, antes de concluir, do episódio da greve dos
bancários, Sr. Presidente, no ano passado, em que eu, já como trabalhadora do
banco, acompanhei, e nós vimos cenas de batalha campal protagonizadas pelo
Governo do Estado, em que os bancários foram tratados com bala de borracha,
cassetete, e não como trabalhadores que fazem greve legítima pelos seus
direitos, por melhores salários, por melhores condições de trabalho com relação
à ergonomia, com relação a melhores condições de saúde para o trabalhador, com
relação à Cabergs, à remuneração, à participação nos lucros, ao quadro de
carreira e ao perfil do Banrisul.
Com isso, quero concluir, saudando a iniciativa do Vereador, saudando
os Srs. Diretores e as Sras Diretoras e dizendo também, nesta
homenagem ao Banrisul: vivam os trabalhadores do Banrisul que constroem um
banco forte! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a visita
orientada, conduzida pelo Profº Ricardo Fortes, que trouxe crianças do primeiro
ao quarto ano do Colégio Israelita. Elas acabaram de receber o Diploma da nossa
Câmara de Vereadores e, logo, estarão aqui conosco. Queremos agradecer a
presença de vocês.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra em Comunicações.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Cumprimento o Ver. Paulo Marques pela iniciativa. Já de início,
quero me desculpar com V. Exª e agradecer ao Ver. João Pancinha, que,
gentilmente, nos ensejou esta oportunidade. Conversei longamente com o Ver.
João Pancinha na semana passada, porque havia dois compromissos, Sr.
Presidente, além deste de hoje. E, saudando a Direção do Banrisul, eu quero
saudar todos os colaboradores deste banco que se constitui num verdadeiro
patrimônio do Rio Grande do Sul e do Brasil. Eu falei com Ver. João Pancinha e agradeço,
desta tribuna, pela sua generosidade de espírito, porque havia um episódio, meu
querido Valdir Fraga, ex-Presidente desta Casa, que, para mim, hoje se colocava
na mesma dimensão desta justa homenagem que estamos patrocinando, eu digo como
Casa, como Câmara de Vereadores, como Legislativo Municipal, e, pessoalmente,
de uma dimensão muito grande. Nós empossamos hoje aqui, Sr. Presidente, os
Vereadores, com Diploma e tudo, da pequena cidade do Colégio Israelita. Então,
peço vênia a V. Exª para quebrar um pouquinho o nosso protocolo e pedir que os
pequenos Vereadores - que, tenho certeza, engrandecem, inclusive, a solenidade
de homenagem ao nosso Banco do Rio Grande do Sul - adentrassem o plenário. (Palmas.)
(Os alunos do Colégio Israelita entram no plenário.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, como o
Banrisul é exemplo para todos nós e um orgulho, Presidente Fernando Lemos,
também com o Colégio Israelita ocorre da mesma forma. Aqui quero saudar o
Marcelo Gus, nosso Presidente da Mantenedora; a Mônica Timm, Diretora do
Colégio Israelita; o Ricardo Martinez Fortes, Professor responsável, e vários
pais que estão aqui junto com os nossos pequenos Vereadores, porque o Colégio
Israelita Brasileiro, Srs. Vereadores, e foram todos convidados ...
(Manifestação fora do microfone do Ver. Engenheiro Comassetto. Inaudível.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Vereadores e Vereadoras, bem
lembrado, Ver. Comassetto. As Vereadoras são maioria, como também lembra a Verª
Fernanda. O Colégio Israelita construiu uma pequena cidade, Verª Juliana
Brizola, que se chama “Ir Ktaná”, a exemplo de uma cidade histórica de Israel,
Sfat, sendo que, nessa pequena cidade, há Prefeitura, há Câmara de
Vereadores, há todos os equipamentos, toda a vida que temos em uma cidade. E o
que é mais importante, o que é louvável nessa iniciativa do Colégio Israelita é
que elegeram os seus Vereadores, estão no processo da eleição do Prefeito,
ensinando, dessa forma, um valor que é imaterial e fundamental, que é
cidadania. Nós, aqui, tenho certeza, estaremos forjando um exemplo bom a ser
seguido por todas as escolas, queira Deus, Sr. Presidente, por todas as escolas
municipais, estaduais, particulares e públicas, em que as crianças, de forma
lúdica, mas de forma muito séria, se apropriam desses elementos da cidadania e
conhecem as suas responsabilidades e por que não também, Ver. João Dib, os seus
deveres, V. Exª que sempre lembra que, quando falamos em direitos, devemos
falar também em deveres. Aqui estão, desde pequenas, as crianças aprendendo
esses ensinamentos tão importantes.
Então eu quero, agradecendo a vênia e neste tempo que se encerra, cumprimentar
esta Casa, cumprimentar V. Exª e agradecer pela deferência de ter ensejado e
permitido que os nossos pequenos colegas, que os nossos pequenos Vereadores -
Ver. Haroldo, Ver. Dr. Raul, Ver. Paulo Marques, Ver. Dib - aqui pudessem estar
confraternizando conosco, diplomados que foram.
Quero convidar todos os Vereadores - reiterar esse convite, que já foi
remetido pela direção da Escola, e que eu já havia remetido também a cada um,
Ver. Toni Proença, Ver. Dr. Thiago, Ver. Paulinho - para, no dia 23, estarmos
juntos lá para conhecermos, Verª Fernanda e Ver. Pedro Ruas, a maravilha desse
empreendimento, dessa pequena cidade que foi construída lá, com todos os
equipamentos de uma cidade, em que os nossos pequenos Vereadores estarão
desenvolvendo as suas atividades legislativas, aprendendo e ensinando
cidadania.
Então agradeço, Presidente Fernando Lemos, a deferência de poder, neste
ensejo de homenagem a esse Banco, que se constituiu em um patrimônio do Estado,
poder, na minha visão - eu tenho certeza de que é a visão de V. Exas
-, poder engrandecer esse evento com a presença dos nossos pequenos grandes
Vereadores do Colégio Israelita de Porto Alegre.
Muito obrigado, Srs. Vereadores. Reitero que gostaria muito da presença
de todos vocês lá no dia 23. E agradeço muito, agradeço aos pais, agradeço à
Direção do Colégio e agradeço aos nosso pequenos Vereadores. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido nossos colegas
mirins a tomarem assento na bancada da direita, e, no final desta Sessão de
reconhecimento, tiraremos uma foto com os Vereadores adultos e os mirins.
O Ver.
Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Tarciso Flecha Negra.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em nome dessas pessoas citadas, eu quero cumprimentar os demais
diretores, funcionários do nosso querido Banrisul; eu falo, com muita honra
também, em nome do PSB e do Ver. Airto Ferronato. Eu quero agradecer, de uma
forma muito carinhosa, muito especial, ao meu colega Ver. Tarciso Flecha Negra;
falo em seu nome, também, e da Bancada do PDT, que, gentilmente, cedeu seu
tempo para que eu pudesse falar nesta homenagem ao Banrisul.
Sempre que tenho oportunidade, querido Desembargador Bráulio - como falei,
há poucos dias, naquela homenagem que fizemos à Cavalgada do Mar, na qual estava
o Vilmar Romera, que foi um funcionário do Banco -, eu falo com muito carinho,
quando falo do Banrisul.
Fui um pequeno empresário desta nossa Porto Alegre e poderia citar
várias pessoas com quem me relacionei, mas não quero cometer o equívoco de me
esquecer de alguém, porque tenho um carinho, uma lembrança muito viva delas e
do Banrisul, Dr. Urbano e meu caro Presidente do Banrisul.
O Banrisul é um patrimônio extraordinário do nosso Estado; é um banco
que, ao longo da sua trajetória de 81 anos, faz parte da nossa economia e faz
parte do crescimento do nosso Rio Grande do Sul, e a mão do nosso Banco está
sempre estendida para nós. O Banco é um patrimônio nosso; o Banco é um
patrimônio do Estado do Rio Grande do Sul. Sempre que tivermos oportunidade,
devemos destacar o que representou o Banrisul, na sua caminhada, e continuará
representando e contribuindo na construção das riquezas do nosso Rio Grande do
Sul.
E, na minha caminhada, assim como na de tantos outros, passei por
dificuldades, momentos de crise; então, apelávamos para o Banco, e ele sempre
tinha um caminho, uma direção, nos orientando para que saíssemos da crise. O
Banrisul sempre foi companheiro e sempre nos deu oportunidade de tomar um outro
rumo. E foi o caso da minha empresa, e o Banrisul, num momento muito oportuno,
nos chamou - eu e o falecido Ademir Castilho Dorneles, que Deus o tenha - e nos
deu aquele suporte necessário, naquele momento, e a empresa conseguiu seguir o
seu caminho e saiu daquele sufoco, graças, sim, ao nosso Banrisul.
Portanto, num momento como este, meus caros Diretores, meus caros funcionários,
é que eu digo isto: temos gratidão, um reconhecimento muito grande.
Então, eu quero que vocês, Direção do Banco, Presidente, Diretores e funcionários,
recebam, em meu nome, em nome da Bancada do PDT, como em nome de outros
Vereadores que também se manifestaram, o reconhecimento do que representa o
nosso Banrisul para a nossa querida Porto Alegre, para o nosso querido Rio
Grande. Que Deus ilumine a caminhada de vocês, que vocês sempre estejam ao lado
do nosso povo, que nunca o esqueçam, do mais simples comerciante até o grande
segmento da economia do nosso Rio Grande. Parabéns, o nosso reconhecimento, o
nosso abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido o Sr. Fernando
Lemos, Presidente do Banrisul, para fazer uso da palavra.
O SR. FERNANDO LEMOS: Sr. Presidente, Sebastião
Melo; Desembargador Bráulio; Vereador Paulo Marques, que nos brindou com esta
oportunidade de nós conversarmos aqui um pouquinho sobre o Banrisul; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhores Diretores do Banco, senhores
funcionários da nossa Instituição, efetivamente, chegar aos 81 anos, como o
Banrisul chegou no dia 02 de setembro, na dimensão em que ele se encontra, é
orgulho para todos nós do Rio Grande do Sul, mas em especial para nós, do
Banrisul.
O Banrisul é hoje um dos maiores bancos comerciais brasileiros, quer
público ou privado, mas ele é, felizmente e necessariamente, um banco público.
Até poucos anos atrás, colocavam-se muitas interrogações se o sistema financeiro
deveria ter bancos públicos. Hoje eu acho que isso está bastante claro. Após a
crise que nós vivenciamos no ano passado, do sistema financeiro internacional,
ficou claro que há, sim, espaço e papel decisivos para as instituições públicas
atuarem quando elas têm gestão correta e caminho certo. Foram os bancos
públicos, sobretudo os bancos públicos brasileiros, que, nesse momento, no
momento mais crucial da crise, sustentaram a economia brasileira. O Banrisul
fez o seu papel, o Banco do Brasil fez o seu papel, a Caixa Econômica Federal
fez o seu papel, o BNDES fez o seu papel, o Banco Central fez o seu papel de
fiscalizador e ator principal das equações da crise que se avizinhou ali, no
final do ano de 2008. Portanto, o que faz a diferença, efetivamente - e isto o
Banrisul tem sabido construir ao longo dos seus 80 anos -, é a gestão com
compromisso no interesse público e na atenção à sua clientela; isso o Banco tem
feito. Ao longo dos anos, o Banco vem crescendo, se multiplicando, sendo um
ator principal, sobretudo da economia do Rio Grande do Sul, a que ele dedica a
maior parte dos seus negócios.
Eu tenho o privilégio de presidir o Banrisul. Isto é um privilégio para
mim e para quem já foi Dirigente ou Presidente do Banco, porque lá nós temos um
grande quadro de funcionários com capacidade, com dedicação e que sabem o
caminho e o papel de cada um, de todos nós, dentro da Instituição.
Portanto, ser homenageado hoje, aqui, na nossa Capital, pela nossa
Câmara de Vereadores, nos dá ainda mais responsabilidade do papel que nós temos
frente à nossa comunidade não apenas porto-alegrense, mas também gaúcha e
brasileira.
O Banrisul tem nove mil funcionários, mas logo terá 9.500, porque hoje
a Governadora autorizou a abertura de um novo concurso público para o Banrisul,
mais 500 vagas, para que a gente possa continuar a expansão da Instituição com
segurança, atendendo corretamente a nossa clientela, cujo número está próximo
de 70% dos gaúchos - dos que têm conta bancária - que são clientes do Banrisul.
Portanto, em nome desses funcionários, eu quero deixar aqui o nosso compromisso,
o compromisso dessa grande Instituição, de não apenas construirmos os próximos
anos, mas, com certeza, os próximos anos desta Instituição, com o crescimento
da forma sistêmica que ele tem tido, com capacidade de atendimento e,
sobretudo, com um grande quadro de recursos humanos que usa a tecnologia
disponível para atender melhor e mais qualificadamente os nossos clientes.
Eu agradeço, em nome do Banrisul, a homenagem feita pela Câmara, em
especial o Ver. Paulo Marques pela oportunidade que nos dá aqui, de nós
demonstramos um pouco o trabalho desta grande Instituição que pertence a cada
um dos gaúchos e a todos nós. Muito obrigado e um abraço a todos
vocês.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Prezados Vereadores, ao finalizarmos este
período, a Presidência quer, primeiro, cumprimentar o Ver. Paulo Marques pela
oportunidade e dizer que este período de Comunicações foi ratificado pelo conjunto
da Casa. Quero cumprimentar todos os funcionários do Banrisul, cumprimentar o
Fernando e, por extensão, toda a sua Diretoria.
Quero dizer, Fernando - eu estava aqui
falando com o Urbano -, que o nosso Banco teve avanços, mas que coisa
extraordinária você chegar à Praça XV, engraxar os sapatos e poder pagar com o
Banricompras! Se você vai a uma ferragem, a um bolicho de campanha ou a um
grande comércio, você tem essa ferramenta fantástica, que resume o avanço
tecnológico. Acho que as presidências anteriores foram boas presidências, mas
tenho que reconhecer e me render a isso; sei que o senhor não fez isso sozinho,
mas é um homem moderno, que colocou o Banrisul num patamar de igualdade de
disputa de mercado. Receba os nossos cumprimentos.
Esses 12 bilhões de carteiras que circulam
no nosso Rio Grande do Sul são injeções fantásticas na economia. Eu quero
também entregar ao senhor e dizer a todos os Vereadores que esta obra só foi
possível (Mostra livro.), os encontros lá na PUC, o Seminário Porto Alegre -
uma Visão de Futuro, coordenado pelo Professor João Carlos Brum Torres, graças
à parceria com o Banrisul. A edição deste livro teve vários parceiros, mas o
primeiro e fundamental parceiro que ajudou na materialização chama-se Banrisul.
Então, eu queria agradecer ao senhor e dizer
que é evidente que para o banco é importante ter uma cidade mais humanizada,
uma cidade mais organizada, começando pelo seu trânsito, passando pelo
urbanismo sustentável, e é isso que a nossa Câmara está apontando como
contribuição ao Executivo, inclusive dizendo que não podemos enfrentar esses
grandes temas olhando só para o nosso Município; temos que ter uma visão de
Região Metropolitana, e aqui, então, está a contribuição que teve o Banrisul
como parceiro. Entrego o livro ao senhor. Muito obrigado.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h20min.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h23min): Estão reabertos os
trabalhos.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde de 21 a 23 de setembro de 2009.
Apregoo o Memorando nº 071/09, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
solicita representar esta Casa, no dia de hoje, a partir das 19 horas, no
Memorial do Rio Grande do Sul. O assunto a ser tratado é a comemoração do 199º
Aniversário do “Grito de Dolores” - Dia da Independência do México.
Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, solicitando representar
esta Casa na reunião do Comitê ABRAS de Redes e Associações de Negócios, que
será realizado nos dias 22, 23 e 24 de setembro de 2009, em São Paulo, conforme
convite e pauta anexos, sem ônus para esta Casa.
A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver.
Sebastião Melo, com quem nos deslocamos, peço que os Líderes de Bancada possam
também acompanhar, aqui no Salão Nobre, para tratar do tema da Vila Dique. Eu
fui chamada, já em duas segundas-feiras, por moradores que se reúnem
regularmente. Não pude, em julho, participar da Audiência Pública que esta Casa
fez, porque estava em uma cirurgia, mas sei que os Vereadores estiveram
presentes na Vila Dique. A situação lá não é simples e não está resolvida como
o Governo quer fazer parecer nos jornais da Cidade, porque os moradores da Vila
Dique têm condições muito díspares.
Todos nós sabemos que aquela área é uma área de risco; todos nós
sabemos que ali há um crime ambiental vasto, grave - muito lixo em cima dos
mangues, dos dois lados -, mas que o principal problema, sim, é o problema da
saúde, da condição de vida dos moradores, das crianças daquela comunidade.
Aquela é uma comunidade que tem famílias que moram há cinco anos, no
mínimo, e algumas há 20 anos; famílias que colocaram lá, Ver. Toni, todo o seu
trabalho, organizando sua moradia. Lá há moradias de 100 metros quadrados, 120,
com área, com investimento; tem morador com caminhão, que estaciona o caminhão
na frente da sua casa; há situações de sobrevivência com carroça; há situações
de sobrevivência com mercados, mercadinhos, serralheria e madeireira, ou seja,
não há como aceitar um tratamento igual para tão diferentes, tão diversas
situações.
Então os moradores vêm pedindo diálogo para conseguirem, de fato, mudar
de lugar com dignidade. As casas que, conforme a última Ata, assinada pelas
lideranças, no ano passado, deveriam ser de 40 metros quadrados, segundo o
DEMHAB, são de 39 metros quadrados. Os moradores foram medir e só encontraram
36 metros quadrados. Os moradores encaminharam na Audiência Pública, nesta
Casa, uma alternativa, que é a retirada do banheiro do projeto de dentro da
casa para os fundos, o que ampliaria o espaço da cozinha, que é muito pequena,
o que implicaria a possibilidade de ampliação, de organização, dando conta da
diferença de cada família. Isso não tem resposta do Governo, e, apesar de o Secretário
Dr. Goulart ter prometido, marcado e remarcado reunião, não se reabriu o
diálogo. Há problemas na questão da carência, em relação ao valor que eles têm
que pagar mensalmente em relação ao direito real de uso. Muitas famílias vivem,
sobrevivem da coleta do lixo, não têm como pagar uma taxa mensal, e não há
respostas sobre essa demanda. Há também muita insegurança em relação aos
carroceiros, em relação ao local que eles irão sobreviver ou como vão
reorientar a sua sobrevivência.
Essa vinda da Vila Dique, inclusive, é para reconhecer que eles têm esperança
na Casa, na Câmara de Vereadores, no compromisso de vários Vereadores de vários
Partidos e que eles sejam ouvidos. Nós sabemos que a obra não está bem, que a
empresa não está desempenhando a contento as primeiras 45 casas. Temos preocupação
com a mudança de famílias para o meio de um canteiro de obras. Temos que estar
muito atentos para isso, que tem que haver uma vedação, porque lá estão
crianças, adolescentes, e uma obra imensa no entorno. Ainda não há indicações
sobre a escola, não vai ter posto de saúde, quer dizer, estão indo famílias
para lá - o que estava previsto para o dia 15, parece que já foi para o fim do
mês - sem uma estrutura para dar conta. Não há ônibus para as crianças
continuarem vindo à escola onde estão, tudo é muito incerto.
Nesse sentido, eu faço este apelo e esta manifestação, que nos
desloquemos para escutá-los, e eles vêm solicitar uma nova audiência para que o
Governo responda às demandas, os compromissos assumidos por esta Casa, de
retomada do diálogo. Todos nós queremos o aeroporto ampliado, todos nós
queremos aquelas pessoas morando com dignidade, mas, se houve indenização para
a 3ª Perimetral, nós também temos que tratar com a mesma dignidade os moradores
pobres, mesmo que estejam em área de risco, porque ali tem muito trabalho,
muita história de vida, muitas condições, muita gente vivendo num espaço muito
maior do que o das casas que estão sendo oferecidas. Então, tratar diferente os
diferentes é uma maneira de fazer justiça, e não tratar de forma igual os
diferentes. Esse é o apelo que eu faço, e espero, Sr. Presidente, que nos
desloquemos com as Lideranças para receber a Comissão. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu convido as Bancadas para acompanharem
a audiência, e gostaria, especialmente, que o Líder do Governo pudesse estar
presente, para, na sala da presidência, uma rápida reunião sobre a questão da
Vila Dique.
Eu solicito ao Ver. Adeli Sell que assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni Proença está com
a palavra em Comunicações.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu queria tratar de um tema
que foi abordado hoje, na reunião da Comissão que trata dos Conselhos
Tutelares, presidida pelo Ver. Bernardino Vendruscolo. Na reunião de hoje,
tivemos a presença da Secretária Municipal de Educação, Cleci Jurach; do
representante da Secretaria Municipal da Saúde, Denis Fraga; do Secretário da
FASC, Kevin Krieger, nosso colega Vereador; do representante do CMDCA; da
representante do Fórum de Entidades; da coordenação dos Conselhos Tutelares,
Geneci, e vários conselheiros; dos Vereadores João Pancinha, Maria Celeste,
Sofia Cavedon. Nessa reunião, durante boa parte da manhã, quando discutimos os
problemas que afligem os Conselhos Tutelares e seus conselheiros, identificamos
uma necessidade imperativa de haver mais comunicação entre todas as Secretarias,
os órgãos do Governo, os departamentos, a Fundação de Assistência Social, que
dão retaguarda ao trabalho do Conselho Tutelar, às nossas redes de atendimento.
Na verdade, os conselheiros fazem a triagem, recebem o problema, avaliam o
problema e encaminham à rede de atendimento, que pode resolver o problema,
quando for o caso de encaminhar à rede de atendimento; quando for caso de encaminhar
ao Judiciário, encaminha-se ao Judiciário, e, quando for caso de polícia,
encaminha-se à Polícia. O conselheiro, na verdade, não resolve o problema; ele
faz encaminhamentos, ele determina procedimentos. A gente conseguiu, nessa
reunião, detectar uma certa necessidade e uma certa falta de comunicação entre
esses órgãos e instituições que fazem a rede de atendimento, e, por isso,
propusemos, sob a liderança do Ver. Bernardino, que se constituísse ou que se
retomasse o Núcleo de Políticas Sociais que havia no mandato passado do
Prefeito José Fogaça, para que se pudessem articular as políticas públicas, as
iniciativas governamentais e das instituições conveniadas, no intuito de dar
suporte ao trabalho dos Conselhos Tutelares. Isto ficou muito claro hoje, que é
preciso rearticular e ter uma instância que rearticule
e articule essas iniciativas e as políticas públicas que dão suporte,
principalmente na rede de atendimento.
Há várias iniciativas louváveis e belas da
Fundação, várias iniciativas da Secretaria Municipal de Educação,
principalmente, até da Secretaria da Saúde, que estão desarticuladas e,
portanto, não geram nem a informação suficiente para que os conselheiros
possam, depois do diagnóstico do problema, dar encaminhamento à solução.
Portanto, este, talvez, seja o nosso
principal problema na rede de atendimento hoje, que é a falta de articulação
entre as instâncias governamentais, as instituições conveniadas. E é preciso
que o Governo tenha a atenção e retome, principalmente, o Núcleo de Políticas
Sociais. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): O Ver. Waldir Canal está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Encerramos o período de Comunicações.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, o que nos traz à tribuna, hoje, por ser o Dia Nacional
da Árvore, é para mostrar, mais uma vez, os benefícios desse bem natural que
ainda não tem o seu reconhecimento por uma parcela significativa das pessoas
físicas e jurídicas da nossa Cidade e do nosso País, a começar justamente pelo
principal motivo de emissão de CO2 do País, que é o quinto maior emissor de gás
carbônico do mundo, e 70% dessas emissões no Brasil provêm do desmatamento. E
não é o desmatamento não apenas da Amazônia, é também o desmatamento de outros
biomas, não apenas de árvores, mas de supressão de vegetação nativa, seja do
bioma pampa, aqui no Sul, seja da caatinga, do cerrado, da Mata Atlântica, que
nós também temos aqui na Região Sul e, inclusive, em Porto Alegre. E, se por um
lado, o principal motivo de emissões de CO2 do Brasil é o desmatamento; por
outro lado, a comunidade científica confirma e atesta que a melhor maneira de
combater a poluição atmosférica nas cidades e o seu aquecimento é, justamente, a preservação das suas
árvores e da vegetação nativa remanescente e plantar mudas de árvores, Ver. DJ,
e é muito barato fazer isso, porque não desmatar, não retirar, não tem custo
nenhum, deixa a vegetação, e a muda de árvore, ao ser plantada, embora não seja
tão simples com se pensa, ela demora a crescer, ela precisa de um cuidado, mas
é muito mais barato do que megaobras de engenharia que, geralmente, são
lembradas, entre aspas, para “solucionarmos” problemas que não são de
engenharia, mas, sim, de uma nova cultura, de um novo paradigma que nós temos
que ter perante o mundo, ou seja, uma visão de sustentabilidade, uma visão de
que a geração de emprego, de renda, o crescimento econômico só será possível
com o respeito às nossas comunidades, à sociedade, e com respeito ao meio
ambiente e ao ecossistema equilibrado.
Vejam que os grandes empresários do País, 14 grupos empresariais,
inclusive multinacionais, do setor de bioenergia automobilístico, estão pedindo
e cobrando do Governo brasileiro que vá a Copenhagen agora, em dezembro, com o
compromisso do desmatamento zero. Não é o Greenpeace, ou a Agapan, que está
pedindo isso, são os maiores empresários, inclusive de multinacionais aqui do
País, cobrando do Governo brasileiro uma resposta mais eficaz de desmatamento
zero a partir de 2010. Isso não é só para a Amazônia; isso também serve para as
nossas cidades, porque, se por um lado, a poluição atmosférica provém das
emissões de veículos - e amanhã, dia 22 de setembro, nós teremos o Dia na
Cidade sem meu Carro -; por outro lado, como se está provando, a melhor maneira
de reduzir essa poluição é preservando e plantando mudas de árvores. E é por
isso que nós estamos, Ver. Luiz Braz - e não podemos jamais reduzir essa
proposta -, tentando criar a Área Livre Vegetada em Porto Alegre, como já
existe em Tóquio, no Japão. Em Tóquio, pelo menos 25 % da cobertura de cada
construção precisa ser verde -, isso nas coberturas, além dos
terrenos verdes. Isso é feito em Tóquio, em Chicago, em Toronto, em São Paulo,
no Rio de Janeiro, em Gramado, em Canela, em Lajeado. Nós implantamos isso, mas
não por lei; é uma diretriz da Secretaria Municipal do Meio Ambiente para Porto
Alegre, mas isso tem que constar no Plano Diretor. Nós precisamos entrar no
século XXI; o século XXI é um outro século, é um novo paradigma.
E, para vocês terem uma ideia, de tanto
plantio de mudas de árvores, por nós termos quadruplicado a compensação
ambiental pela retirada de cada árvore, por transformar multas em plantios de
mudas de árvores, por temos plantado, de 2005 a 2008, mais de 200 mil mudas de
árvores - é para gerar emprego e é para gerar renda -, nós não temos mais, no
Rio Grande do Sul, viveiros suficientes para atender a essa política só de
Porto Alegre. E depois reduz IPI de automóveis; e deixamos as ervateiras de
lado, deixamos os viveiros de lado, que são atividades muito mais simples,
fáceis, eficazes para gerarmos emprego e renda e deixarmos o mundo com mais
qualidade de vida, mais justo e sustentável.
Dia da Árvore: adote uma árvore! Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell): Eu quero pedir ao Ver. Nelcir Tessaro, Secretário
da Mesa, que assuma a direção dos trabalhos para que este Vereador possa utilizar
o tempo em Grande Expediente.
(O Sr. Nelcir Tessaro assume a presidência
dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir
Tessaro): Passamos ao
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. ADELI SELL:
Obrigado, Ver. Tessaro. Meus colegas Vereadores e Vereadoras, nós encerramos a
Semana Farroupilha, e, bem antes de iniciarem os festejos, nós havíamos
solicitado uma reunião com a EPTC para tratar do problema dos estacionamentos
no entorno da Câmara e no entorno do Parque da Harmonia.
Sexta-feira à noite, eu liguei para o
Presidente Melo para informá-lo de uma grave situação que ocorria aqui no
entorno da Câmara Municipal: a EPTC estava com uma equipe aqui, e eles chamaram três
caminhões-guincho. É verdade, se a pessoa está mal estacionada, faça-se o
trabalho, mas como, antes, era um verdadeiro laissez-faire - faça-se
tudo o que é possível fazer, não tem problema nenhum -, as pessoas estacionavam
aqui na frente da Câmara. Não bastasse a bagunça que fizeram trancando a saída
da Câmara com os caminhões-guincho, quebraram absolutamente toda a calçada e
fizeram este grande buraco aqui (Mostra fotografia.), que eu quero mostrar numa
outra fotografia.
Eu vou fazer um dossiê e mandar para o Prefeito Municipal, porque, se
ele ainda não sabe, ele precisa saber que Secretário incompetente ele tem na
Secretaria de Mobilidade Urbana, na EPTC.
Houve uma verdadeira alaúza, eles resolveram guinchar um monte de carros.
Agora, pergunto: qual foi o trabalho de educação que foi feito do primeiro ao
último dia dizendo onde se poderia estacionar e onde não se deveria estacionar?
Todo ano é a mesma coisa!
Nós, que estamos nesta Câmara, temos dificuldade de chegar aqui. As pessoas
que querem acessar o Parque não são orientadas, mas são sistematicamente multadas.
E eu não vou defender que quem esteja errado não seja multado, mas que se faça
um planejamento estratégico, porque é uma das festas mais bonitas e
encantadoras da Cidade: a Semana Farroupilha, mas, sistematicamente, nós temos
“rolo” com a EPTC.
E eu quero saber - porque eu tenho direito, e o povo de Porto Alegre
tem direito de saber - quanto renderam os estacionamentos que foram concedidos
para a empresa Estapar. Eu vou transformar o meu discurso em um PI, em um
Pedido de Informações, e, no prazo regimental, eu quero a resposta; caso
contrário, eu vou ao Ministério Público!
A EPTC tem
que dizer quanto arrecada e onde põe o dinheiro, porque as pessoas pagaram dez
“pilas”, como diz a gauchada, dez reais para um estacionamentozinho debaixo da
sujeira, debaixo de chuva, debaixo de um lamaçal! Pagaram dez reais! Quanto a
Prefeitura ganhou? Porque esse negócio, Ver. Pedro Ruas, é babilônico. É fácil
ganhar dinheiro assim.
Quem vai pagar por esse estrago? Quem vai pagar a remodelação, Ver.
Beto Moesch, do Parque da Harmonia? Quem é que vai pagar por aquelas
arvorezinhas que havia ali na frente do Tribunal e que eles estragaram, também,
com estacionamentos e caminhões-guincho? Quem vai repor as árvores? Nós
queremos saber, Ver. DJ Cassiá, porque falta creche, falta escola infantil,
falta cultura na Cidade. Nós, que vivemos no Centro, somos privilegiados, mas o
povo da periferia tem direito à arte, tem direito à cultura, ao lazer, ao
entretenimento, a condições dignas de vida.
Nós arrecadamos, na Semana Farroupilha, muito dinheiro, e eu quero
saber quanto dessa arrecadação entrou no cofre da EPTC.
O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Adeli, obrigado pela oportunidade, concedendo-me este aparte.
Quero lhe dar os parabéns pelo tema, porque, realmente, é o absurdo dos
absurdos o que a gente viu durante esses dias em relação aos estacionamentos,
mas eu quero aproveitar e pegar a sua fala sobre a questão da falta de
investimento em cultura e em educação. Quero aproveitar para dizer, Ver. Adeli,
que eu sou um Vereador - o senhor sabe - que veio da base; continuo na base; eu
saí do gueto, mas o gueto não saiu de mim, o senhor sabe disso; e sou uma
pessoa pelo justo. Quando as coisas não estão corretas, o senhor já me viu várias
vezes subir a essa tribuna, independentemente de ser da base do Governo, e
fazer a minha manifestação, porque a minha manifestação é o desejo da sociedade.
E eu quero aproveitar, então, já que o senhor tocou na questão da educação e da
cultura, para dar os parabéns ao Prefeito José Fogaça, porque, na quarta e na
quinta-feira, eu estive representando esta Casa e me enchi de felicidade ao ver
um governo, apesar das dificuldades que tem, preocupar-se com o ensino
infantil. Na quarta-feira, foram inauguradas, Vereador, cinco creches de
Educação Infantil, e, na quinta-feira, mais quatro creches de Educação
Infantil, com uma ótima qualidade e com uma ótima estrutura.
O SR. ADELI SELL: Vereador, imagine V. Exª
quantas outras creches poderiam ser inauguradas, fazendo com que as crianças
tivessem mais creches, se nós tivéssemos uma arrecadação com maior cuidado e
maior zelo na Cidade.
O Sr. DJ Cassiá: Concordo com o senhor, mas
já se vê um avanço. E também não se trata de o Prefeito estar fazendo um favor:
o Prefeito está fazendo a sua parte, como gestor. E, para mim, começa a haver
uma transformação, uma revolução, em Educação Infantil.
Muito obrigado pelo seu aparte, estou com o senhor!
O SR. ADELI SELL: Eu é que agradeço. E eu
diria que esse é exatamente o espírito da coisa.
E eu diria
mais: não é só o problema dos estacionamentos; nós teremos problemas nesta
Câmara por causa da diminuição da arrecadação da Prefeitura.
O que foi discutido, Ver. Ervino Besson, na CEDECONDH, dias atrás? A
Afocefe-Sindicato nos mostrou que nós temos uma sonegação de um bilhão e 500 milhões
na área de combustíveis no Rio Grande do Sul. Porto Alegre representa, no mínimo,
20% disso, ou seja, 300 mil reais. Imaginem quantas escolinhas tipo as que
hoje, generosa e bravamente, o Tarciso Flecha Negra faz, do seu jeito, tirando
do seu bolso, com os seus colaboradores, a Prefeitura não poderia espalhar por
esta Cidade a fora, se não houvesse a sonegação de 300 mil reais na área do
combustível!
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Adeli, eu sou testemunha não só na Comissão, mas
também aqui neste Plenário, por diversas vezes, do alerta de V. Exª sobre a
perda de arrecadação por causa de falcatruas, de sonegações - eu não estou
desfazendo dos demais Vereadores, Ver. DJ Cassiá, mas temos que dar mão à
palmatória ao Ver. Adeli Sell.
E V. Exª levantou um assunto de grande importância quando trouxe o assunto
do problema dos estacionamentos numa das maiores festas populares que nós temos,
que é a Semana Farroupilha. De fato, Ver. Adeli, houve muitos problemas que têm
que ser esclarecidos. V. Exª levantou o problema numa hora muito oportuna, e
nós estamos junto com o senhor, porque, assim como V. Exª, nós amamos a Cidade
e temos obrigação de verificar esse problema, para que nós possamos, sim, pelo
menos encaminhar uma solução. Sou grato, Vereador.
O SR. ADELI SELL: Quem perde com tudo isso é a
cidade de Porto Alegre. Há falta de remédios nos postos de saúde; há falta de
dentistas, como, por exemplo, lá na Vila Alexandrina, onde há oito meses não há
dentista. Nós temos que contratar mais pessoas - o Secretário esteve aqui -, cem
médicos, no mínimo! Essa que é a discussão.
Agora, vou dar mais um dado, Ver. Carlos Todeschini, antes de lhe
passar o aparte. Na área de autopeças, nós temos o ICMS garantido na fonte por
substituição tributária, e eu denunciei uma empresa aqui, mas a SMIC apenas
notificou a tal empresa e não autuou ainda, mas ainda estou pedindo, porque já
passou muito tempo do prazo. Nenhum representante da Secretaria da Fazenda
compareceu à reunião da CEDECONDH, mas onde está o Secretário Ricardo Engler e
sua equipe? Eu estou cobrando, porque eu mandei um dossiê onde comprovo que a
empresa faz nota cruzada com Goiás - e quem denunciou a empresa fui eu! A SMIC
foi lá, inclusive com a Brigada Militar, e disse que o dono tremia como vara
verde e que o problema dele era só o de não ter o alvará. É mentira! Ele faz
venda cruzada, é ladrão, rouba dos cofres públicos. Isso é roubo, tira uma nota
como se vendesse para uma empresa de Goiás, que não existe, e o talão está na
firma deles. E ele não é o único que faz isso aqui no Rio Grande do Sul, não é
o único em Porto Alegre. Eu já mostrei as provas.
O único jornal do Rio Grande do Sul que denunciou essa questão foi O Pioneiro,
de Caxias do Sul. Parabéns ao Pioneiro. Eu queria, inclusive, chamar a imprensa
de Porto Alegre para verificar, porque os nossos empreendedores, Ver. Carlos
Todeschini, Ver. Nelcir Tessaro, aqui da Av. Azenha, que fazem um trabalho há
muitos anos no setor de autopeças, estão perdendo dinheiro, é concorrência
desleal, completamente desleal, e isso tem que mudar. Onde esta a Secretaria da
Fazenda do Estado?
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Cumprimento-lhe e corroboro, Ver. Adeli Sell, a sua
manifestação em relação a todos esses problemas, o estacionamento, a Saúde.
Também o senhor levantou, muitas vezes, a questão dos passeios públicos, pelo
qual o Governo fez um grande alarde, uma grande propaganda, mas que continua
cada vez pior, inclusive nas áreas de responsabilidade da Prefeitura, como a
Praça da Alfândega, como a Rua dos Andradas, como o calçadão, enfim, é
vergonhoso, porque mal dá para caminhar.
Mas só para reforçar, Ver. Adeli Sell, em relação aos dentistas, nós
temos apenas 4% da população atendida na área da Saúde Bucal. Ainda que o
Governo Federal tenha o melhor programa da história deste País, o atendimento
na Cidade é omisso, e a Cidade está perdendo de se alinhar com o nosso Brasil
nessa questão também. Obrigado pelo aparte.
O SR. ADELI SELL: V. Exª deve ter visto no Expediente de hoje,
21 de setembro, que o Governo Federal acaba de mandar 19 mil reais para Saúde
Bucal; para a Casa de Apoio HIV/Aids, 2.400 reais; para o Programa Aids, 92 mil
reais; para o Programa de Queimados, 538 mil reais, e 251 mil e 500 reais para
o Programa Móvel às Urgências, tudo dinheiro do Governo Federal para a Saúde de
Porto Alegre! Pena que isso não seja dito, a não ser quando a gente vem aqui e
fala sobre isso.
Falando de
calçadas, colegas Vereadores, senhoras e senhores, há um pedido do Tribunal de
Justiça, há dois meses - eu vou pedir o auxilio dos meus amigos da Bancada do
PTB -, para que a SMOV libere a arrumação da calçada em torno do Tribunal de
Justiça. Os nossos amigos do Tribunal de Justiça têm o dinheiro para recompor
todas as pedrinhas portuguesas que há ali. A D. Eva, do Theatro São Pedro, já
fez o dever de casa: arrumou; o Ivar Pavan, Presidente da Assembleia, arrumou
na frente da Assembleia; disse-me o Ver. Garcia que já há encaminhamento para
que o Projeto Monumenta arrume a Praça da Matriz, porque ali não dá mais para
caminhar. O Tribunal de Justiça já tem o dinheiro, fez o pedido, e a Prefeitura
não libera a obra. Qual é o problema? Eles vão pagar, eles vão fazer, eles vão
embelezar, e a Prefeitura não libera a obra! Eu queria fazer um apelo a Vossas
Excelências para que nos ajudassem a trabalhar junto à Secretaria Municipal de
Obras e Viação para que isso seja, efetivamente, resolvido. Está na hora de
começar a resolver essas pequenas questões na Cidade, no caso, uma questão de
colocar a máquina pública em funcionamento, de ter uma dinâmica, que é preciso
ser respeitada pela população. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro Ruas está com a
palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Airto Ferronato.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Presidente dos trabalhos desta Sessão, Ver. Adeli Sell. Vereadoras
e Vereadores, eu recebi, hoje pela manhã, um pequeno conjunto de matérias que
dá conta de um assunto muito importante, extremamente relevante. Começa com a
matéria do jornal O Dia, que traz alguns elementos que, provavelmente, não
tenham sido bem analisados por nós, na época, sobre um trágico acontecimento,
que foi exatamente a morte, em circunstâncias ainda não esclarecidas, de Nestor
Mähler, Presidente da Empresa Alliance One, de Santa Cruz do Sul, ocorrida em
um hotel em Itumbiara, no Estado de Goiás, no dia 16 de setembro, na semana
passada.
Segundo as
matérias que esse dossiê nos mostra - e relembro os Vereadores, Vereadoras e os
telespectadores do nosso Canal - que essa mesma empresa Alliance One foi
acusada de fazer doações à campanha da atual Governadora, através do conhecido
sistema do caixa dois. Isso foi uma matéria publicada pela revista Veja. E,
textualmente, o jornal O Dia diz o seguinte: “Gravações divulgadas pela revista Veja,
em maio, apontaram
conversas entre Cavalcante e o empresário Lair Ferst. O áudio comprovaria o uso
de caixa dois na campanha da Governadora Yeda Crusius para o Governo do Estado.
Segundo o ex-assessor, as empresas fabricantes de cigarros, Alliance One e
CTA-Continental, doaram, cada uma, 200 mil reais em espécie, que foram
entregues ao marido de Yeda, Carlos Crusius. A Alliance One negou à Revista ter
feito doação em caixa dois e mostrou, de acordo com a revista Veja, um
comprovante de transferência bancária de 200 mil reais. Essa doação não aparece
na prestação de contas da campanha da Governadora Yeda ao Tribunal Superior
Eleitoral - TSE”.
São fatos que todos sabem e que estão analisados seja pelo Ministério Público
Federal; seja pela Justiça Federal, em Santa Maria; seja também pela CPI que se
inicia na Assembleia Legislativa, ou pela imprensa em geral, mas a morte desse
empresário, o Sr. Nestor Mähler, leva-nos a fazer, necessariamente, algumas
reflexões por questão de responsabilidade.
Não há, de fato, nada que possa vincular uma tragédia à outra; ou seja,
não há nenhum fato, nenhum elemento de vínculo consistente e conhecido entre a
morte de Nestor Mähler e a morte, meses atrás, em fevereiro, de Marcelo
Cavalcante. O que há - e aí nos chama a atenção, e, nesse sentido, o dossiê de
matérias tem, parece-me, bastante razão na reflexão - é uma obrigação de pensar
o tema. Por quê? Porque, em ambos os casos, são pessoas ligadas a momentos
difíceis, discutidos, questionados da campanha da atual Governadora. Em ambos
os casos, há mortes trágicas não explicadas suficientemente e com “aparência de
suicídio”, seja a de Marcelo Cavalcante, em fevereiro, no lago Paranoá; seja a
de Nestor Mähler, em setembro, no hotel de Itumbiara. Ambos, aparentemente,
morrem em função de suicídio.
Quero registrar que, há sete meses, aguarda-se uma definição judicial,
pericial, sobre as causas efetivas da morte do Sr. Marcelo Cavalcante, em
Brasília. Ninguém pode afirmar, efetivamente, que se trata de homicídio, mas,
de alguma maneira, ele morreu, e de uma maneira trágica.
Da mesma forma, essa coincidência, de caráter também trágico, leva-nos
ao falecimento de outra pessoa no mesmo Estado, de Goiás, também ligada a essa
campanha problemática, e também se discutem três hipóteses pelo conjunto de
matérias: suicídio, acidente ou homicídio. O empresário estava no seu quarto,
no 8º andar do hotel, e foi encontrado morto no 1º andar, sem sinais aparentes
de violência. O fato grave é que ele estava exatamente no conjunto de denúncias
feitas por Lair Ferst e por Marcelo Cavalcante em relação ao caixa dois da
campanha de Yeda Crusius - e morre em circunstâncias que também sugerem
suicídio! Puxa vida, mas que tanto suicídio acontece? É evidente que pode ser,
sim, suicídio! É evidente que também o caso de Marcelo Cavalcante pode ser,
sim, suicídio; é claro que sim, mas é que são episódios que nos levam,
necessariamente, à reflexão. É um suicídio lá por causas desconhecidas; é um
outro aqui, que parece ainda mais absurdo. Um homem com uma história de sucesso
brilhante no setor fumageiro de Santa Cruz do Sul chega à Presidência da
Alliance One, exerce-a até a sua aposentadoria, aposenta-se em condições muito
positivas, abre uma nova empresa com seus filhos e está em Goiás tratando de
audiências com relação aos negócios da sua nova empresa, ou seja, uma vida de
sucesso. E se nós associarmos, como é comum, pelo menos para os leigos, a
ideia, a percepção do suicídio como algo vinculado a problemas de fracassos,
dificuldades, pressões e tensões, aparentemente, no lado profissional, familiar
e pessoal, não era o caso do empresário Nestor Mähler. Discute-se se seria o
caso do Assessor Marcelo Cavalcante. Com certeza, não era o caso desse empresário,
com certeza! Mas são dois suicídios por queda, em situações absolutamente
inusitadas, impossíveis de ser verificadas. E esta é uma questão importante:
impossíveis de ser comprovadas. Eu queria lembrar às Vereadoras, aos Vereadores
que, em relação ao ex-Presidente Fernando Collor de Mello, 52 pessoas tiveram
mortes misteriosas ou comprovadamente, entre aspas, “encomendadas”, desde o
início da investigação do impeachment - 52 pessoas, incluindo aí PC
Farias, incluindo Suzana Marcolino, incluindo a viúva de PC Farias, incluindo o
empresário e coordenador da campanha, que morreu afogado em sua própria
piscina, incluindo o irmão de Rosane Collor, morto com um tiro na cabeça. São
episódios distantes de nós já no tempo e na geografia. Mas o que há, efetivamente,
aqui no nosso Estado, que essa situação “passa batida”? É o segundo, entre
aspas, “suicídio” de pessoas umbilicalmente vinculadas à campanha eleitoral na
sua parte denunciada e sujeita, portanto, à investigação e análise, inclusive
do ponto de vista policial, ambas analisadas pela Polícia Federal, pelo
Ministério Público Federal e pela Justiça Federal de Santa Maria. Nós não
podemos, em nenhum momento, fazer, repito, um vínculo de nexo causal entre uma
situação e a outra, entre as duas tragédias. E também não temos a
característica da inconsequência para afirmar que tais mortes, de alguma
maneira, por alguém foram premeditadas ou encomendadas. Não temos dados nem
fatos, nem elementos, nem informações que nos levem a isso, mas temos, na condição
de pessoas que exercem mandatos populares e que representam algum segmento da
sociedade, a obrigação de refletir a respeito, a obrigação! Eu já não falo no
direito, eu digo a obrigação de refletirmos a respeito! Mas que tantos suicídios
são esses? Mas que Estado é o nosso?
No ano passado, 2008, Vereadoras e Vereadores, eu escrevi um artigo
para um jornal local, intitulado “Ninguém matou Daudt”. Esse artigo eu escrevi
no dia anterior à prescrição do delito de homicídio do qual foi vítima o
jornalista e Deputado José Antônio Daudt.
Em 1988, Daudt foi fulminado com dois disparos de uma arma de cano serrado,
dos quais mais de 20 pedaços de chumbo o atingiram. Julgado e absolvido um
Deputado Estadual na época, o médico Antônio Dexheimer, as investigações já não
prosseguiram, porque todas elas levavam em direção do próprio acusado, que já
tinha sido absolvido e, portanto, não poderia ser novamente investigado. Isso
nos levou a uma situação paradoxal.
Passados 20 anos, o período da prescrição, nós temos de conviver com a
realidade brutal de que um jornalista consagrado na televisão e no rádio,
Deputado Estadual no exercício do mandato, é morto em frente à sua casa, e
ninguém o matou. Ninguém o matou!
De onde vieram esses tiros? Do céu? Da água? Do ar? De onde vieram os tiros?
Havia mais de 20 chumbos no corpo do Daudt, 20 pedaços de chumbo disparados por
arma de cano serrado, de caça. E prescreveu, prescreveu! Um homem da importância
do Daudt! Prescreveu!
Então, nós temos, sim, a obrigação da reflexão. É o segundo suicídio no
mesmo ano - no mesmo ano - de pessoas vinculadas ao esquema - ou denunciadas -
de caixa dois da Governadora Yeda Crusius. A reflexão se impõe. Não há
acusação, não há denúncia, não há fatos que nos levem a isso, mas é uma coincidência
trágica demais, importante demais para passar, simplesmente, em branco e sem
que haja sequer um pensamento nosso a esse respeito. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, quero colocar duas questões. A primeira é que circula no Plenário,
através da assessoria do Ver. Airto Ferronato, uma Emenda à Lei de Diretrizes
Orçamentárias que sugerimos, na reunião da Mesa, que fosse assinada pelos 36
Vereadores, para dar condições, depois, no Orçamento, de fazer uma Emenda para
drenar o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho na nossa Semana Farroupilha. Então,
essa Emenda está circulando, e estamos convidando os Vereadores, por intermédio
do Ferronato, para assinar.
Em segundo lugar, eu faço um apelo aos Líderes de Bancada - nós temos
Ordem do Dia, nós temos duas Lideranças e temos vários assuntos, especialmente
as Comissões Conjuntas - para que as Bancadas pudessem se mobilizar para a
Ordem do Dia.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham
nas galerias, pela Rádio Web, pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar
todos. Eu falo em nome da minha Bancada, o PDT, neste período de Liderança do
meu Partido, e informo que hoje, às 19h - aproveito e faço o convite aos
colegas Vereadores -, será feita a abertura, mais uma vez, da Semana da Grande
Cruzeiro. Eu quero aqui parabenizar aquela comunidade da Grande Cruzeiro. Eles
colocaram aqui um assunto, Ver. Pedro Ruas, sobre os impactos da Copa de 2014
na região da Grande Cruzeiro. Vejam como a comunidade da Grande Cruzeiro, uma
comunidade pobre, com as suas lideranças, também se preocupa com o grande
evento que será a Copa do Mundo de 2014.
Hoje é lei, é lei que a Grande Cruzeiro consiga reunir a comunidade,
diversas associações de moradores que pertencem ao Bairro. Lá eles fazem
exposições de artesanato, enfim, toda aquela comunidade se organiza, as
famílias se organizam e colocam, nessa Semana, os seus produtos para serem
vendidos. Aproveito para dizer às pessoas que tenham condições que visitem
aquele local de fácil acesso para adquirir alguns produtos e
dar um incentivo àquelas pessoas da comunidade da Grande Cruzeiro. A Lei nº
10.289 foi defendida, votada nesta Casa por todos Vereadores e Vereadoras e
sancionada pelo Prefeito.
Nesse evento do dia de hoje, foi discutido o
caráter econômico e social, a cultura da Grande Cruzeiro e tudo aquilo que a
comunidade representa hoje na Região Sul de Porto Alegre, e os produtos estarão
sendo expostos lá para quem quiser visitar a nossa comunidade.
Acho que todos conhecem o Paulo Jorge Amaral
Cardoso, uma grande liderança, um homem que tanto ama aquela comunidade, a qual
o reconhece por ser o Presidente da Associação e que está coordenando a
comunidade.
Há aqui uma programação que acho que todos
os Vereadores já receberam. O início será hoje às 19 horas, com diversos
Vereadores, Secretários palestrantes, com a presença de Secretarias, autarquias
para terem esse contato com eles, que, por serem carentes, necessitam da
presença de Vereadores, Secretários, enfim, de pessoas que estejam lá para
discutir, ouvi-los e também para nós levarmos propostas. Acho que o momento é
muito rico para a Câmara e para outros órgãos da Prefeitura se fazerem presentes.
Lembro-me de que, no ano passado, tivemos a presença de vários Vereadores, do
Prefeito José Fogaça, na abertura, e sentimos como é bom ver aquelas pessoas, a
comunidade pobre, a comunidade carente se sentir valorizada quando recebe, por
exemplo, a visita do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários e dos
Vereadores - isso é importante!
Portanto, fica aqui o nosso reconhecimento.
Quero parabenizar o líder, o Presidente, Sr. Paulo Jorge Amaral Cardoso, por
essa organização, por este panfleto, Ver. Tarciso Flecha Negra, V. Exª, que
também trabalha tanto com esses jovens, com essa nossa juventude, e há tantos
na Grande Cruzeiro. V. Exª sabe como poucos o que representa para esse jovem
sentir o seu calor humano, o esporte. Como V. Exª foi um grande jogador, um
homem que levou milhares de pessoas ao campo de futebol, no seu período de
atleta, V. Exª hoje está passando esse seu conhecimento para a nossa juventude.
Portanto, em um momento como esse, sem dúvida nenhuma, a nossa visita, a nossa
ida lá será de grande importância para aquela comunidade da Grande Cruzeiro.
Muito obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a
palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. FERNANDA
MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores e Sras
Vereadoras, o que me traz hoje à tribuna é a possibilidade que esta Câmara ter
uma boa experiência com a Frente Parlamentar da Leitura, que lançaremos nesta
quinta-feira. A Frente, que tem o intuito de ser uma rede social e política e
que já conta com a adesão de vários Vereadores e Vereadoras - como o Ver. Adeli
Sell, a Verª Sofia, o Ver. Pedro Rua, o Ver. Toni Proença, o Ver. Carlos Todeschini,
o Ver. DJ Cassiá -, é uma iniciativa que busca trazer para nossa Casa um debate
tão importante para a cidade de Porto Alegre, inclusive estimulando, dando
ideias para que outras cidades do Rio Grande do Sul, a própria Assembleia
Legislativa, usem a estrutura parlamentar para debater esse problema, ou a
questão da leitura.
Nós sabemos a importância que a leitura tem
na vida das pessoas. Há uma frase do Mário Quintana que, para mim, diz muito
sobre a leitura: “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas.
Os livros só mudam as pessoas.” A gente é aquilo que a gente lê. A gente se forma cidadão com
aquelas bagagens literárias, às vezes até imagéticas, porque a gente pode ler
na Internet, pode ler num filme, pode usar outras mídias para estimular o
processo de leitura. Infelizmente, no nosso País, nós temos índices baixíssimos
de leitura, oito décimos de livro por ano, Ver. Todeschini. Aqui nesta Casa,
tenho certeza de que muitos funcionários leem mais do que isso, evidentemente,
colocando a média para cima. Nós, Vereadores, também. E, para combater uma
desigualdade social histórica, para combater o problema de o cidadão ter noção
do seu direito, certamente, a leitura cumpre um papel fundamental.
Portanto, eu aproveito este espaço para convidar os Vereadores, as
Vereadoras, o público que nos ouve, que nos assiste, para participar, no dia
24, do lançamento da Frente com a presença do Juremir Machado, que é um dos
cinco indicados para Patrono da Feira do Livro este ano; do Ruy Carlos
Ostermann, jornalista, literato, que também já foi Patrono da Feira do Livro;
da Professora Lizandra Estabel; da Professora Eliane Moro, reconhecidas
professoras na área de incentivo à leitura.
Quero dizer a vocês que eu queria trazer a experiência da Ulrike
Hövelmann, bibliotecária alemã, que foi Vereadora e Deputada durante 12 anos,
em Bremen, e trabalhou nesta frente da leitura durante todos esses anos. Ela
foi trazida pelo Instituto Goethe, e é muito interessante o trabalho dela. Acho
que nós, em Porto Alegre, podemos nos espelhar na iniciativa de uma cidade que
tinha índices baixíssimos de leitura e, com seis anos de Frente Parlamentar,
ideia muito parecida com a nossa, que é uma rede social, dos que batalham pela
leitura, conseguiu ganhar prêmios na Alemanha inteira com um projeto de
incentivo à leitura. Inclusive eles estarão na Expo Shanghai, no ano que vem,
apresentando o projeto que passou por diversas iniciativas, partindo de
iniciativas do Parlamento, de gincanas e trabalhos voluntários com relação à
leitura, prêmios atrativos para as iniciativas de leitura que estimulassem a
juventude; utilizaram, inclusive, a publicação de livros, e a venda desses
livros reverteram em renda do lucro para atividades de incentivo à leitura.
Houve feira de ciências envolvendo atividades literárias e contação de
histórias, campanhas botânicas, festa com Os Músicos de Bremen - e vocês
conhecem, certamente, os Saltimbancos, que é inspirado nos Músicos de Bremen.
Eles fizeram um festival com Os Músicos de Bremen, utilizando essa obra
literária conhecidíssima para estimular a leitura dos jovens e dos
adolescentes; fizeram cartões postais, CDs, várias iniciativas de marketing
e de publicidade da necessidade da leitura.
E eu gostaria de parabenizar o Instituto Goethe, nesta tribuna, pela
palestra; parabenizar a Ulrike e contar com os Vereadores para a nossa batalha
em prol da leitura, porque cada um de nós pode fazer a diferença. Nós podemos
construir essa história aqui, em Porto Alegre; e tomara que, nos próximos
eventos, seja Porto Alegre uma das cidades a ganhar prêmios por atividades de
incentivo à leitura, assim como esse trabalho da bibliotecária Ulrike,
que está ganhando na Expo Shangai. Muito obrigada pela atenção. Esperamos todos
no dia 24.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registramos a presença do
Cel. Cantagalo, do nosso III Exército. Cumprimentos, Coronel, pelo seu
trabalho.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Melo;
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; público que nos assiste pela
TVCâmara, os que nos acompanham pela Rádio Web, o nosso boa-tarde. Agradeço a
minha Bancada pela concessão do espaço de Liderança, e eu vou falar sobre os debates
do Conselho Municipal de Saúde acontecidos na última quinta-feira, porque eles
são preocupantes e ensejam aqui a necessidade de tomada de atitude por parte
desta Câmara.
Eu já apresentei o assunto ao Ver. Sebastião Melo, e, na quarta-feira,
pela manhã, em reunião da Mesa, o Conselho deseja participar para expor aqui
questões que necessitam da parceria desta Casa, necessitam da parceria da
Câmara, para encaminhamentos, como, por exemplo, a necessidade de discutir e
aprovar o Projeto de Lei que cria o Programa de Saúde da Família. Por que isso?
Porque os problemas continuam, Ver. Adeli. Veja só: na quinta-feira mesmo,
chegaram de uma reunião da Procuradoria os Sindicatos, o próprio Município, o
Conselho Municipal de Saúde, e um dos elementos levados à reunião do Conselho
foi sobre a conta que estava aberta para encerrar o contrato com a Sollus, uma
conta gerenciada, simultaneamente, entre a Sollus e a Prefeitura. A Prefeitura
teve sua conta cassada por um golpe da Sollus, e o próprio Governo foi se queixar
ao Ministério Público que havia sido logrado pela Sollus. Mas desde antes do
contrato, nós, o Conselho, o Sindicato, todo o mudo alertou quem era essa instituição.
Por que ela foi contratada? Por que o contrato durou tanto tempo? Então é preciso
passar a limpo esse assunto, Ver. Luiz Braz, porque é dinheiro público. A conta
com 4,5 milhões, a Sollus logrou a Prefeitura porque tirou a senha da
Prefeitura, e, portanto, a movimentação que era feita conjunta, que tinha ação
do gestor, ficou somente com a Sollus.
Há outras questões também. Por exemplo, a Controladoria-Geral da União
acatou as denúncias feitas pelo Conselho, a denúncia de várias irregularidades
na gestão da Saúde. Portanto nós teremos também o aceite, o procedimento da
ação da Controladoria-Geral da União sobre as contas da gestão da Saúde, que
estão correlacionadas com esses e outros elementos também da empresa Sollus e
outros.
Então a situação é muito grave. Há indícios da emissão de notas no
valor de 5,5 milhões contra a Prefeitura, notas irregulares. Há mais esse golpe
da Sollus em relação à Prefeitura, e muitas outras coisas. Isso não é por
acaso. Isso aconteceu, porque alguém quis fazer, mesmo com todos os alertas;
alguém fez e alguém possivelmente tenha levado vantagem com esses negócios,
porque, ao fim e ao cabo, isso envolve praticamente 10 milhões de reais que
estão suspeitos de serem malversados.
Outra questão que eu quero registrar é que, na sexta-feira, pela manhã,
tivemos aqui a visita do Presidente Lula, lançando e assinando os contratos das
obras da Rodovia do Parque, que vai auxiliar, e muito, na solução para os
problemas metropolitanos. Isso significa um investimento de mais de 840 milhões
de reais; uma obra extraordinária, que vai redinamizar a Região Metropolitana,
vai afastar e superar vários gargalos do trânsito, especialmente a chegada a
Porto Alegre pela BR-116, que está completamente saturada. Então, é uma obra
muito bem-vinda e no melhor tempo.
Também quero registrar que o Governo Federal é o mais gaúcho de todos
os governos, porque, com esse conjunto de obras, nós teremos um investimento de
mais de 25 bilhões do Governo Lula em obras de infraestrutura, de saneamento,
de habitação, de educação e muitas outras. Então, este é um momento que tem que
ser saudado. Viva o Presidente Lula! Viva o Brasil! Viva o Rio Grande!
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Paulinho Ruben Berta
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Ver. Toni
Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos
assistem; eu hoje tenho uma tarefa legal, muito boa para colocar. Hoje, às
10h30min, estivemos com a Governadora Yeda Crusius, o Secretário Marco Alba e
com o representante da Caixa Econômica Federal, ocasião em que a Governadora
encaminhou à Assembleia Legislativa o Projeto para a concretização da doação de
áreas onde será implantado o Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo
Federal. Isso vai resultar na construção de mais de cinco mil casas com terrenos
do Estado.
Eu venho a esta tribuna solicitar que não só os Deputados, mas que
também os Vereadores desta Casa intercedam e nos ajudem para que seja aprovado
rapidamente esse Projeto, para que mais cinco mil famílias, no mínimo, no Rio
Grande do Sul, tenham a sua moradia e a sua dignidade restabelecida. Então, eu
quero agradecer a Governadora pelo convite e por estar presente num ato tão
importante para mais de cinco mil famílias.
Também quero aproveitar o momento para parabenizar o Ver. Dr. Thiago pelo
Seminário Municipal de Ação Contra as Drogas, de conscientização, que aconteceu
aqui na semana passada. E eu queria acrescentar algumas coisas, pois fiquei
louco para entrar naquele debate. É muito importante que a Polícia reprima, de
todas as maneiras, o traficante, que ela procure tirar os espaços dessa gente
que serve só para destruir. E quero dizer também o seguinte: eu, que convivo lá
na periferia, assisto todos os dias, praticamente, a essa transação, a esse
comércio, que não é um comércio de tráfico de drogas, mas de vidas de pessoas
que precisam ter noção de que isso está destruindo o consumidor e, por tabela,
Dr. Thiago, está consumindo as famílias, está destruindo famílias, está fazendo
com que a família deixe de existir; um pai, uma mãe, uma família que tenho
visto cuidando de seus filhos, levando na creche todo o dia de manhã e buscando,
e, no momento em que a criança chega à idade, muitas vezes, de 12, 13 anos, lá
vem o “comandante” arrebanhar “soldados” para esse tráfico, para essa praga que
está assolando nossas comunidades.
E foi dito aqui que essa é a droga mais cara, e realmente é a mais cara
que existe, porque a vida não tem preço, a vida não pode ser comparada a cinco
reais de uma pedra ou mais, a vida tem que ser preservada; por isso vim a esta
tribuna cumprimentá-lo, dar-lhe os parabéns e dizer que os comunitários da
minha região estão todos dizendo que estão junto com o senhor, querem
trabalhar; muitos estão receosos, porque o senhor sabe que a repressão dos
traficantes é muito grande nas comunidades. As comunidades hoje têm receio, a
gente vê que, quando qualquer discussão, em qualquer ponto se forma, as casas
em volta de onde está se dando o tráfico fecham e viram presídio sem ter
ninguém condenado; são pessoas, chefes de família, mães desesperadas que não
sabem mais o que fazer para poder ter o filho com saúde, indo ao colégio,
ajudando o pai, ajudando a mãe.
Acho que muitas leis, Dr. Thiago, têm que ser revistas, pois eu e
milhares como eu nos criamos trabalhando, ajudando o pai, e agora não podem
mais ajudar o pai, sob pena de o pai ser penalizado.
Eu acho que hoje, para ajudarmos as nossas comunidades a combater o tráfico,
primeiro temos que ajudar as famílias, porque não existe outra forma. De que forma
um pai vai dar dignidade a um filho, ganhando 600 reais por
mês, enquanto o outro está entregando a chave de um carro zero quilômetro para
o filho? Está muito desigual tudo isso. As pessoas não observam mais essa
diferença. De que forma pode uma pessoa tratar o filho, se ele sai de dentro de
casa e, quando consegue um calçado mais ou menos, pisa dentro do barro? Onde
está a igualdade ao próximo?
Então, meus parabéns, Dr. Thiago, pela sua
iniciativa. Quero contar também com o seu apoio e o dos outros Vereadores no
dia 1º de outubro, quando estaremos instalando a Frente Parlamentar em Defesa
da Escola Técnica no Centro Vida, porque é uma outra arma contra o traficante,
contra o tráfico; é uma oportunidade de esses adolescentes poderem visualizar o
futuro. Parabéns! Conte com este Vereador; conte com a minha região. Tudo o que
eu puder mobilizar em favor disso, estarei junto nessa briga. Muito obrigado e
parabéns mais uma vez.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni
Proença): Havendo quórum, passamos à
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, solicito a retirada, na Ordem do Dia, do PLL nº 185/08, de autoria
do Ver. Mauro Zacher.
O SR. PRESIDENTE (Toni
Proença): Em votação o Requerimento do Ver. Ervino Besson,
que solicita a retirada, na Ordem do Dia, do PLL nº 185/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 131/09 – (Proc. Nº 4092/09 – Ver.
Alceu Brasinha) – requer seja o período
de Comunicações do dia 24 de setembro destinado a assinalar o transcurso do
106º aniversário de fundação do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o Requerimento nº 131/09, de autoria do Ver. Alceu Brasinha. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(O Ver.
Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE
(Sebastião Melo): Muito obrigado, Ver. Toni Proença. Srs.
Vereadores, passaremos à Reunião Conjunta das Comissões. Para isso, eu quero
consultar meus nobres Pares se V. Exas dão o entendimento para
que eu retire da Reunião Conjunta das Comissões a votação do Parecer Conjunto
ao PR nº 024/09, e que discutamos essa matéria na quarta-feira.
Em votação a retirada de votação do Parecer
Conjunto ao PR nº 024/09 da reunião Conjunta das Comissões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que concordam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estão suspensos os trabalhos para a Reunião
Conjunta das Comissões.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h44min.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli
Sell - 18h27min): Estão reabertos os trabalhos da presente
Sessão. Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h28min.)
* * * * *